Estudo divulgado pelo Children's Hospital Boston, nos Estados Unidos, sugere que o início de uma vida sexual precoce pode ser devido à quantidade de conteúdo adulto assistido por uma pessoa quando criança.
Os pesquisadores descobriram que crianças expostas a conteúdos destinados a adultos se tornam sexualmente ativas mais cedo. Os resultados foram apresentados no Pediatric Academic Societies nesta segunda-feira, em Baltimore, nos Estados Unidos.
"Programas de televisão e filmes em geral estão entre as principais fontes de informação sobre sexo e relacionamentos para adolescentes", afirma Hernan Delgado do Children's Hospital Boston e autor do estudo.
O estudo contou com 754 participantes, 365 meninos e 389 meninas, que foram acompanhadas durante duas fases de suas vidas: durante a infância, e depois durante a adolescência (entre 12 e 18 anos).
Em cada fase, foram observadas, a programação assistida e a quantidade de tempo gasto na frente da televisão pelas crianças. A classificação indicativa da programação foi utilizada para determinar quando ela era ou não destinada a adultos. A análise da vida sexual foi observada a partir da segunda fase do estudo.
De acordo com os resultados, para cada hora a mais que o grupo mais jovem da amostra (entre 6 e 8 anos de idade) assistia de programação adulta em dois dias, suas chances de ter relações sexuais durante o início da adolescência aumentaram em 33%, em comparação ao grupo da mesma faixa etária que não assistia tanto conteúdo adulto.
As crianças brasileiras passam em média 4 horas diárias em frente a TV, segundo medição do IBOPE. O Big Brother Brasil é um dos programas mais assistidos pelo público infantil, com uma audiência composta por mais de 20% de crianças. Um levantamento realizado pelo canal infantil pago Nickelodeon revela que 38% das crianças assistem TV entre 22h e meia-noite, de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana esta amostragem sobe para 49%.
"Nós mostramos como a mídia destinada a adultos pode influenciar crianças e adolescentes, contudo há vários outros temas mostrados pela televisão, como a violência e a linguagem, que também devem ter sua influencia estudada”, conclui o Dr. Delgado.
Referências
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística – Disponível em:
www.ibope.com.br