Está em andamento a mobilização para a 14ª Conferência Nacional de Saúde, com o tema “Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, patrimônio do Povo Brasileiro” e tendo como eixo de discussão “Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS”.
Esta conferência, que, pode-se dizer, é a mãe de todas as outras conferências setoriais, ocorre a cada quatro anos e tem o papel de avaliar o SUS e a saúde dos brasileiros, além de propor os marcos e diretrizes que devem nortear a condução das políticas de saúde dos quatro anos subsequentes. Transformações decisivas na história da saúde no Brasil foram conquistadas a partir de conferências nacionais de saúde, como a criação do SUS, fruto da 8ª Conferência Nacional de Saúde e a municipalização da saúde, conquista da 9ª Conferência Nacional de Saúde.
Durante os anos 70 e 80 o movimento estudantil e a juventude tiveram papel fundamental na luta pela construção do SUS, aliando-se aos demais movimentos sociais e atores do campo progressista e contribuindo decisivamente para a consolidação de um dos projetos mais avançados de sistema de saúde já construídos no mundo. O setor saúde, embalado pelo amplo leque de atores que compõem o chamado “movimento sanitário” se constitui desde então em um dos principais polos de contra-hegemonia na luta pela construção de uma nova sociabilidade no país.
Mais recentemente, com o advento do governo Lula, a juventude passa a ser reconhecida como segmento estratégico para a definição dos rumos de um novo Brasil, conquistando mais espaço e protagonismo com criação do Conjuve e da Secretaria Nacional de Juventude. A juventude passa a ser reconhecida como autônoma, capaz de construir políticas públicas, portadora de direitos. A pauta da juventude passa a ser reconhecida em sua transversalidade e começa a ser contemplada em diversas políticas setoriais, inclusive nas políticas de saúde.
Na última eleição presidencial temas relacionados à saúde e à juventude, como o abuso do crack, a elevada mortalidade da juventude negra e o aborto estiveram no centro do debate. A abordagem dos problemas relacionados ao abuso do crack, por exemplo, foi eleita pela presidente Dilma como uma das grandes prioridades de seu governo. Em diversas pesquisas a saúde é avaliada pela como o principal problema do país. O SUS vive momento de crise, passando por grave subfinanciamento, grandes dificuldades de gestão e tentativas constantes de privatização.
É nesse contexto que se faz fundamental a participação maciça do movimento estudantil e de todos os movimentos juvenis na 14ª Conferência Nacional de Saúde.
É hora da juventude mostrar mais uma vez sua garra na luta pela construção de um país mais justo, com um sistema de saúde atento e sensível à diversidade de sujeitos e às necessidades de todos os Brasileiros.
A participação na Conferência Nacional de Saúde começa pelas etapas municipais. Somente delegados eleitos nas conferências municipais poderão participar como delegados nas conferências estaduais e nacional. Este ano as etapas municipais vão de 01 de abril a 15 de julho, as estaduais de 16 de julho a 30 de outubro e a Nacional vai ser de 30 de novembro a 04 de dezembro
Uma lista com as datas de conferências municipais e estaduais está disponível no link http://conselho.saude.gov.br/web_14cns/docs/Calendario_CMS.pdf
O papel da juventude na conferência pode ser debatido na lista juventude-na-14-cns@googlegroups.com
Em um momento crítico da história do SUS, cabe à juventude não se furtar de seu papel na consolidação de um Sistema Único de Saúde público e de qualidade para todos os brasileiros. Vamos às conferências.