A parceria entre universidades e o sistema de saúde é vista pelos gestores municipais do setor como um dos principais caminhos para qualificar os serviços prestados à população. O distanciamento entre o meio acadêmico e os sistemas de assistência médico-hospitalar é apontado como um dos fatores que provocam queda na eficiência dos atendimentos. (fotos)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) inclui entre os seus desafios a melhoria da educação em saúde, por meio da integração com as instituições de ensino e pesquisa. Um dos problemas identificados hoje é que a formação profissional na área não é dirigida à saúde pública e, portanto, não prioriza a atenção básica nem corresponde às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
 

De acordo com o secretário-adjunto de Saúde do Município, Marcelo Bósio, a insuficiência de profissionais para atender à busca de serviços pela população e o despreparo para o gerenciamento também comprometem os resultados. O ideal, segundo ele, é que a formação não seja somente técnica, mas privilegie também a preparação para o gerenciamento.
 

Governos integrados - Para o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, “é impossível pensar em qualificação sem que as universidades estejam integradas ao processo”. A afirmação foi feita na quarta-feira, 4, durante a solenidade de entrega da remodelação de instalações do Centro de Saúde Vila dos Comerciários – incluindo o auditório e as salas de reuniões, de aulas e de administração.
 

A obra foi custeada com recursos de R$ 468 mil, provenientes de parceria entre o município de Porto Alegre, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e o Pró-Saúde, programa do Ministério da Saúde que investe na graduação em Enfermagem, Medicina e Odontologia, beneficiando secretarias municipais que tenham projetos nessas especialidades.
    

Este é um exemplo, conforme Fortunati, do “bom momento de parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e os governos federal e estadual” para fortalecer a qualificação. Por parte do governo federal, o Ministério da Saúde – em conjunto com o Ministério da Educação – está oferecendo investimentos em instituições de ensino dispostas a apostar na formação. A proposta é possibilitar que os treinamentos práticos realizados na rede pública de serviços básicos de saúde se estendam por mais tempo e que a medicina pública seja encarada não apenas do ponto de vista curativo, mas também da prevenção e da promoção da saúde.