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Faltam quase 200 pediatras em Santa Catarina
 
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08/05/2011

Faltam quase 200 pediatras em Santa Catarina

Apenas 6% dos recém-formados optam pela área infantil

A tarefa é cansativa. Os pais chegam preocupados, as crianças desanimadas e o salário não ajuda.

— Oh, meu anjinho, vou te examinar de novo — diz o residente do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, Diego Schuh, 29 anos.

Tayara, de um ano e nove meses, responde com um choro.

— O pulmão está com chiado. Ela vai ter de fazer nebulização e tomar antibiótico — explica Schuh para a mãe, Claudenice Anastácio, que faz mais perguntas sobre a saúde da filha.

Para Schuh, a maior recompensa é um sorriso, após a recuperação da criança. Mas isso não basta para a maioria dos recém-formados. A prova é que está reduzindo o número de profissionais que optam pela área.

Segundo a Sociedade Catarinense de Pediatria, há 15 anos, 30% dos estudantes procuravam se especializar em pediatria. Hoje, são cerca de 6%.

Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 1.250 profissionais para suprir a demanda no Estado, estão inscritos como ativos no Conselho Regional de Medicina (Cremesc) 1.069. Somente 10% dos 11.641 médicos que atendem em Santa Catarina são pediatras.

A presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria, Denise Bousfield da Silva, explica que a queda é decorrente do baixo salário. Mesmo tendo de fazer até três anos de residência, o pediatra recebe o mesmo que um clínico-geral.

Nos consultórios particulares, os planos de saúde pagam R$ 40 a consulta. Na rede estadual, a média salarial é de R$ 4,5 mil para 20 horas semanais, enquanto o Cremesc luta por um piso de R$ 7 mil.

Muita dedicação e pouco retorno

Com 24 anos de profissão, a médica Lúcia Regina Schultz era sócia de uma clínica de Florianópolis, mas desistiu para trabalhar no serviço público.

O retorno financeiro não ajudava, mas outros fatores contribuíram para deixar o negócio: as longas consultas e o recebimento de muitas ligações telefônicas:

— A pediatria é um sacerdócio, tem que se entregar de corpo e alma. Os pais ficam desesperados e ligam a qualquer hora. Uma vez, atendi por duas horas a mãe de um bebê com um problema que poderia levá-lo ao retardo do desenvolvimento. Como iria dizer àquela mulher que a consulta era só de 20 minutos?

O coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carlos Eduardo Pinheiro, afirma que outro fator são as mudanças de mercado, que ficou mais atrativo para áreas envolvidas com recursos tecnológicos, como oftalmologia e otorrinolaringologia, além do crescimento da medicina estética. Profissões em que o médico não precisa atender em emergências e a remuneração é melhor.


Autor: Roberta Kremer
Fonte: Diário de Santa Catarina

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