Somos tão diferentes e, ao mesmo tempo, somos iguais, pois a nossa igualdade é lutarmos pelos nossos ideais”. Esse é um trecho do samba enredo que ecoou pela região central de Belo Horizonte, nesta quarta-feira, 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

Realizado pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental e a Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de MG (ASSUSSAM), o desfile da escola Liberdade ainda que Tam-Tam já é uma tradição do calendário da cidade. Em 2011, teve como tema “Histórias da Loucura: Michel também nos contou”. A escolha é uma homenagem aos 50 anos da obra “História da Loucura na Idade Clássica”, de autoria do filósofo francês Michel Foucault. No samba, de autoria de Juliano Rocha, usuário do CERSAM Leste e Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário, o francês é lembrado em trechos como “Foucaul fez da literatura a expressão da loucura, que expressa nossa luta contra a falsa ditadura”.

Os manifestantes seguiram por todo o percurso cantando o samba "Sou o rei da Loucura". Da concentração na Praça 7, no quarteirão fechado da rua Rio de Janeiro, o grupo partiu pela avenida Afonso Pena até a sede da prefeitura de Belo Horizonte. Na sequência, marcharam para as avenidas Álvares Cabral e Augusto de Lima, até descer a rua Rio de Janeiro e retornar ao quarteirão fechado, na esquina com a rua dos Tamoios.

Esta foi a 15ª manifestação da escola de samba Liberdade Ainda Que Tam-Tam. A ação coletiva, que reúne usuários e profissionais ligados à saúde mental, é uma iniciativa contínua na luta por uma sociedade sem manicômios. O desfile busca atrair, também, a atenção de toda a comunidade para a luta contra o preconceito às pessoas com sofrimento mental. A ação defende, ainda, a reforma psiquiátrica antimanicomial e a adoção de serviços substitutivos públicos e acessíveis para a população.

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