.
 
 
Câncer de próstata
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


20/06/2011

Câncer de próstata

Política Nacional de Saúde do homem não é executada

No dia a dia, a Política Nacional de Saúde do Homem, lançada em agosto de 2009, pelo Ministério da Saúde, não saiu do papel. No Ceará, o quadro se assemelha ao restante do País. E o que dizer das ações nas cidades interioranas? Faltam políticas públicas voltadas para o homem, em particular na área de prevenção e tratamento do câncer de próstata. O objetivo de facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços públicos de saúde ainda está longe de acontecer.

"Faltam recursos para que se implante um programa voltado para a saúde do homem", observa o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonseca. "O programa não evoluiu". Sem políticas públicas dirigidas para a saúde masculina, a demanda permanece reprimida e os serviços existentes atendem uma parcela reduzida nas microrregionais de saúde no interior.

Em agosto próximo, por ocasião do congresso de urologia a ser realizado na cidade de Sobral, na região Norte do Estado, a Sesa vai lançar uma publicação com dados epidemiológicos sobre as doenças, idade e taxas de incidências que mais afetam o homem no Ceará.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. Em valores absolutos é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalecente em homens. A meta ministerial é que os homens na faixa etária de 20 a 59 anos procurem os postos de saúde pelo menos uma vez por ano.

Na prática, a meta está longe de ser alcançada. "Se não houver transferência de novos recursos para os Estados e Municípios não há como implantar um novo programa que trata de um público que tem demanda reprimida", observa Manoel Fonseca. "Vai exigir contratação de profissionais, de equipes preparadas e de realização de exames de custo elevado, como o de biópsia de próstata, além de cirurgias".

Em face da complexidade, a Sesa ainda não implantou em parceria com os Municípios o Programa de Saúde do Homem. No ano passado, sob a gestão do ex-secretário João Ananias, houve a instalação de um grupo de trabalho que discutiu sobre ações preventivas do câncer de próstata. As ações ainda não saíram do papel. "Havia a ideia de realização de mutirões, de uma ampla campanha em cada microrregional, mas esbarramos nas dificuldades práticas", explicou Fonseca. "Havia os desdobramentos, onde fazer a biópsia, aquisição de equipamentos, contratação de urologistas, leitura e diagnóstico dos exames e, quando necessário, o encaminhamento para cirurgia e tratamento".

Onde e quem faria os exames de biópsia e as cirurgias? São perguntas que ainda precisam ser respondidas para que um programa de prevenção ao câncer de próstata possa ser lançado, pelo menos, nas microrregionais de saúde, porque no âmbito municipal os empecilhos são maiores ainda.

Diferentemente da mulher, a população masculina ainda carece de políticas públicas de saúde. Além da questão de limitação de recursos e de profissionais especializados, persiste ainda entre os homens uma elevada dose de receio, preconceito e vergonha ao exame de toque retal, por exemplo. "O quadro atual já melhorou muito em relação há uma década, mas ainda há resistência", avalia o urologista Francinaldo Petrônio, que tem clínica particular e atende no serviço público local. "Faltam recursos e profissionais para atender à demanda".

Incidência

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalecente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³), que não chega a dar sinais durante a vida, daí a importância da consulta. A estimativa de novos casos para o ano passado era 52.350. Em 2008, no Brasil, foram registradas 11.955 mortes por câncer de próstata.

ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
Centro regional tem demanda menor

Homens acima de 50 anos devem fazer a prevenção do câncer de próstata, pelo menos, uma vez por ano

Iguatu O Centro Microrregional Especializado de Saúde Reprodutiva e Sexual (Cemear), localizado neste Município, é referenciado por dez cidades da 18ª microrregional de Saúde. O médico responsável pelo serviço público de urologia, Francinaldo Petrônio, mostra que os encaminhamentos oriundos de outras cidades são reduzidos. "Estão abaixo das recomendações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Urologia", aponta.

A orientação do Ministério da Saúde é para que a população masculina acima de 50 anos procure o serviço, pelo menos, uma vez por ano para exames de toque retal e de sangue para verificação do PSA.

"É preciso orientação mais efetiva por parte dos agentes de Saúde e implantação de estrutura de atendimento, que requer mais recursos financeiros para contratação de pessoal e de aquisição de equipamentos".

Sem orientação

Em média, a cada mês, o ambulatório de urologia do Cemear atende 250 pacientes, mas cerca de 80 são de problemas relacionados com a próstata. "Há uma demanda reprimida e, se houvesse mais consciência e orientações para os homens, a procura seria bem maior e o sistema não teria como atender", afirma ele.

Josinaldo Petrônio mostra a importância do diagnóstico precoce. "A prevenção é importante e o exame periódico e na idade certa evitam que a doença se agrave", explicou. "No começo, o câncer de próstata, localizado, é curável".

A falta de urologistas nos Municípios é uma das dificuldades para que as Secretarias de Saúde promovam campanhas e implantem serviços especializados. "A referência e encaminhamento para uma microrregional é o melhor caminho para as cidades pequenas", observa o secretário de Saúde de Iguatu, Joab Soares.

Em abril do ano passado, o médico Josinaldo Petrônio, promoveu uma campanha em um único dia para realização de exame de toque e coleta de sangue para verificação do PSA. Resultado: apareceram mais de 400 pacientes. "Foi uma surpresa e isso demonstra que o comportamento dos homens está mudando, perdendo o medo e o preconceito", disse. "A família orienta e encoraja os pais".

Nos primeiros cinco meses deste ano, o número de consultas e de cirurgias já supera a quantidade realizada ao longo de 2010. "Isso demonstra que houve uma maior procura, mas mesmo assim está aquém do preconizado pelo Ministério da Saúde", afirma o médico.

Josinaldo Petrônio defende a implantação, pelo Estado, em parceria com os Municípios, do Cartão do Homem e a realização de consultas e de exames anualmente a partir dos 50 anos de idade. Esta medida poderá reduzir significativamente a incidência da doença, por meio do diagnóstico precoce.


Autor: Ascom
Fonte: Portal do Ministério da Saúde

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581