O aumento na produção de doses da vacina que protege contra o sarampo e a vacinação de pessoas com viagem marcada para a Europa fazem parte da rotina no Laboratório Sabin desde o alerta de surto da doença em 30 países do continente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no início do ano. "A demanda pela vacina aumentou e estamos imunizando um grande número de viajantes que estão se deslocando para Europa", confirma a médica responsável técnica e gestora do Sabinvacinas, dra. Ana Rosa.
Com o registro de alguns casos no Brasil, o Ministério da Saúde antecipou a campanha contra o sarampo em oito estados brasileiros (Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul). A alta densidade populacional e a baixa cobertura da vacina tríplice viral nos últimos anos justificam a antecipação nessas localidades.
Além disso, o início das férias no mês de julho aumenta a circulação de turistas estrangeiros no Brasil, especialmente nesses estados. Na mesma medida, brasileiros visitam países da Europa, o que aumenta o risco de importação do vírus, como tem ocorrido. "O Brasil não tem casos produzidos com o vírus daqui desde 2000. Esses casos são importados, ou seja, adquiridos fora do país. Isso foi comprovado pelo diagnóstico de que o genotipo é diferente do que circula no Brasil”, explica Ana Rosa.
A especialista acredita que o sarampo não é motivo para pânico, já que providências já estão sendo tomadas. “O Brasil vacinou homens e mulheres com sarampo durante uma campanha do Ministério da Saúde, em 2008. Essa campanha foi ampla e este ano já estão vacinando aqueles que não foram vacinados ainda. Assim, vamos evitar que a doença se dissemine”, afirma.
A vacina contra o sarampo é aplicada ainda na infância, em duas doses, sendo a primeira com um ano de idade e a segunda aos quatro anos. Para o viajante que não tem certeza se tomou ou não as duas doses, há a opção de receber uma dose única da tríplice viral, vacina que previne o sarampo, a rubéola e a caxumba.
Segundo Ana Rosa, a vacina contra o sarampo garante a proteção de quem vai viajar para áreas de risco. “A vacina é segura, eficaz e oferece imunidade”, assegura. Evitar contato com pessoas infectadas também ajuda a evitar o contágio. “O sarampo é uma doença que se transmite de pessoa para pessoa, então é preciso evitar contato com quem está com a doença. Mas a eficácia da vacina é comprovada e ainda é o principal meio de prevenção”, orienta.