Rio Preto vai ganhar novos aliados no combate à dengue: os internautas das redes sociais na internet. O Ministério da Saúde vai mapear as postagens do Twitter para identificar focos da doença. E, a partir daí, ampliar as ações contra o mosquito transmissor e para tratar os contaminados.
Batizado como “Observatório da Dengue”, o software faz uma “varredura” para identificar cidades ou regiões onde o assunto “dengue” está sendo muito comentado.
A ferramenta foi desenvolvida na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) por pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Web. “Com verificações ao Twitter, comprovamos que há uma relação direta entre a incidência da doença e o número de vezes que ela é citada nas redes sociais”, afirma Wagner Meira Júnior, pesquisador da UFMG, que coordenou a formatação do software.
A vantagem, segundo ele, é que o programa pode diminuir o tempo entre a identificação dos casos e a implementação de medidas preventivas.
Atualmente, os casos precisão ser confirmados por exames laboratoriais para só então ser comunicados ao ministério por meio de notificação das secretarias municipais de saúde.
O software faz parte de um pacote nacional de medidas de combate a dengue que será lançado oficialmente em agosto.
A ferramenta pode ajudar a diminuir os casos de dengue em Rio Preto, que, no ano passado registou 24,2 mil contaminações e 12 mortes.
Neste ano, foram confirmados 726 casos da doença e duas pessoas morreram.
A universitária Gislene Silva, 23, que usa o Twitter diariamente, gostou da novidade.
“Noto que as pessoas usam a rede social pra falar de tudo que acontece ao seu redor será um meio eficaz de descobrir onde há os surtos”, acredita.
O Observatório da Dengue foi inspirado em programa semelhante que conseguiu identificar surtos de gripes em diferentes regiões dos Estados Unidos no ano passado.
A UFMG estuda ainda a viabilidade de um observatório também no Facebook.
Medidas /De acordo com a Secretaria de Saúde de Rio Preto, 91 agentes trabalham na nebulização e eliminação de criadouros do mosquito transmissor por meio de vistoria em imóveis ocupados e vagos.
Desde março, a Vigilância Ambiental de Rio Preto conta com quatro vans, quatro picapes e duas caminhonetes fiorinos para percorrer os bairros da cidade atrás de focos do Aedes.
Foram comprados também 20 equipamentos de nebulização usados para eliminar o mosquito adulto.
Faxina
Os mutirões de limpeza de quintais promovidos pela Prefeitura de Rio Preto desde janeiro já passaram por 89.408 casas de onde foram recolhidas 26.735 toneladas de lixo.
24.262
foi o número de casos de dengue registrados em Rio Preto em 2010
Números do semestre
Só no primeiro semestre deste ano foram confirmados 706 casos de dengue em Rio Preto. Desse total, 695 são pacientes contaminados na cidade e 11 casos foram ‘importados’. No mesmo período, 5.050 casos suspeitos de dengue foram registrados nas UBS’s da cidade.