A Organização Mundial de Saúde (OMS), da ONU, está investigando a afirmação de um pesquisador australiano de que o vírus da gripe suína, agora chamada de Influenza A (H1N1), que percorre o planeta, pode ter sido criado em decorrência de erro humano.

Adrian Gibbs, 75 anos, que colaborou nas pesquisas que levaram ao desenvolvimento do medicamento Tamiflu, da Roche, disse em entrevista que pretende publicar um relatório em que sugere que a nova cepa viral pode ter evoluído, acidentalmente, em ovos usados pelos cientistas para criar vírus e pelos laboratórios farmacêuticos para produzir vacinas. Gibbs disse ter chegado a essa conclusão como parte de seu esforço de rastrear as origens do vírus por meio da análise do sequenciamento genético. "Uma das explicações mais simples é de que se trata de uma escapada do laboratório", disse Gibbs em entrevista ontem à Bloomberg Television. "Mas há muitas outras."

A OMS recebeu o estudo no último fim de semana e o está examinando, disse Keiji Fukuda, diretor-geral assistente de segurança de saúde e meio ambiente.

Gibbs, que estuda a evolução dos microorganismos há quatro décadas, é um dos primeiros cientistas a analisar o código genético do vírus identificado há três semanas no México, que ameaça desencadear a primeira pandemia de gripe desde 1968. Um vírus resultante de experiências de laboratório ou de produção de vacinas pode indicar uma necessidade maior de segurança, informou Fukuda na segunda-feira.

Ao identificar a origem do vírus, os cientistas poderão também compreender melhor seu potencial de propagação e de fator causador de doença, disse Gibbs. O número de casos suspeitos da gripe H1N1 no Brasil passou de 32 para 37, informou o Ministério da Saúde na última quarta-feira (13). O total de casos confirmados permanece inalterado, com 8 pessoas infectadas. A OMS informou ontem que a doença chegou a Cuba, Finlândia e Tailândia, totalizando 5.728 pessoas infectadas em 33 países.

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