Hepatites no Brasil
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, no Brasil, uma em cada 30 pessoas pode estar infectada pelos vírus causadores das hepatites B e C. Os números, quando analisada a população mundial, são ainda piores: uma em cada 12 pessoas sofre com um desses vírus que atacam o fígado.
O agravante é o fato de serem doenças silenciosas e, por isso, a maioria dos portadores não sabe que está doente e, consequentemente, não busca ajuda médica. Sem o diagnóstico e tratamento adequados, muitos casos evoluem para a insuficiência hepática, cirrose ou o câncer hepático.
Dia Mundial das Hepatites Virais
No Dia Mundial das Hepatites Virais, na próxima terça-feira, dia 19 de maio, a ONG Grupo Otimismo toma a frente da campanha "Sou o número 12?", promovida mundialmente pela World Hepatitis Alliance.
"A falta de informação sobre as hepatites e sobre a existência de tratamentos são o grande problema do cenário brasileiro", afirma Carlos Varaldo, presidente da ONG. Por isso, a data servirá tanto para alertar sobre a importância da prevenção quanto para estimular a realização de exames que fazem o diagnóstico dos vírus.
Hepatites no mundo
Mundialmente, as hepatites B e C atingem 520 milhões de pessoas, número 13 vezes maior que a epidemia de AIDS. Só no Brasil, cerca de quatro milhões de pessoas podem estar infectadas com o vírus da hepatite C e dois milhões com o vírus B.
No entanto, mais de 95% ainda desconhecem que estão doentes e podem conviver com sérias complicações hepáticas. "Não realizar campanhas de detecção de hepatites pode acarretar grande aumento nos casos de cirrose, câncer e insuficiência hepática nos próximos anos", ressalta Varaldo. "O importante é que as pessoas saibam que fazer o teste é essencial e que, no caso de diagnóstico positivo, há tratamento", completa o presidente do Grupo Otimismo.
Sobre a hepatite B
Dados da OMS dão conta de que existem mais de dois bilhões de pessoas infectadas pelo vírus causador da hepatite B. Deste número, cerca de 350 milhões de portadores têm a infecção do tipo crônica e correm alto risco de desenvolver problemas sérios no fígado.
A doença representa a 10ª causa de morte no mundo. O vírus B é resistente e altamente contagioso na relação sexual - 100 vezes mais que o HIV. Só no Brasil, o Ministério da Saúde estima que mais de dois milhões de pessoas já foram contaminadas.
Sobre a hepatite C
A hepatite C, mais comum infecção crônica sanguínea, é transmitida primariamente por meio do sangue e derivados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, há 170 milhões de pessoas com hepatite C crônica, com aproximadamente quatro milhões de novos casos de infecção descobertos por ano.
O Ministério da Saúde do Brasil estima que, no País, cerca de três milhões de pessoas sejam portadoras do vírus C. Apesar da possibilidade de cura, a doença é uma das principais causas das complicações hepáticas e transplantes de fígado.
As principais diferenças entre as Hepatites C e B
HEPATITE B
O vírus da hepatite B (HBV) pode ser encontrado no sangue, saliva, sêmen, secreção vaginal, fluxo menstrual, urina e no leite materno. A transmissão do HBV ocorre quando o sangue ou fluidos orgânicos contaminados pelo vírus penetram na corrente sanguínea.
Transmissão
- de mãe para filho, no momento do nascimento;
- contato sexual;
- compartilhamento de seringas ou agulhas ou ferimentos;
- transplante de órgão ou tecidos contaminados.
Sintomas
- logo após a infecção: sem sintomas ou é sentido um estado semelhante ao de um resfriado.
- forma crônica: febre, mal-estar, urina escura, fezes esbranquiçadas e amarelão. Sem dar sinais, evolui para quadros graves, como cirrose ou câncer, sem que o paciente perceba o risco que representa para sua saúde.
Prevenção
HEPATITE C
A principal via de transmissão do HCV (vírus da hepatite C) é por meio do contato com sangue e secreções contaminadas.
Transmissão
- transfusão de sangue e derivados antes de 1992;
- hemodiálise (pelo compartilhamento de materiais contaminados);
- compartilhamento de seringas e agulhas no uso de drogas intravenosas;
- manipulação de material contaminado por profissionais como paramédicos, bombeiros, policiais, manicures
Sintomas
- Como age silenciosamente, a doença raramente provoca sintomas. Sem dar sinais também evolui para quadros graves, como cirrose ou câncer, sem que o paciente perceba o risco que representa para sua saúde.
Prevenção