Portadores de hipertensão arterial (HA) que bebem grandes quantidades de álcool têm uma chance significativamente maior de morrer do que indivíduos normotensos que não bebem. Esta é a constatação de um estudo realizado por pesquisadores sul-coreanos. A definição de HA neste estudo foi de uma pressão arterial (PA) mínima de 168/100 mmHg, ou seja, um nível de HA moderado.
"Binge drinking" é o termo da língua inglesa utilizado para designar o consumo de uma grande quantidade de bebida alcoólica em uma única sessão. Esta hábito, muitas vezes, pode resultar em uma intoxicação alcoólica aguda. Especialistas dizem que a maioria dos indivíduos que bebem desta forma não estão conscientes dos riscos que correm. Estima-se que cerca de 30% dos adultos brasileiros sejam hipertensos.
Os pesquisadores sul-coreanos descobriram que estes hipertensos etilistas, quando comparados com pessoas normotensas que não bebiam, apresentavam um risco de morte cardiovascular, em geral, 3 vezes maior. Este risco era 4 vezes maior quando consumiam no mínimo seis doses em uma única de sessão de "bebedeira", chegando a ser 12 vezes maior quando consumiam 12 doses ou mais.
Os pesquisadores acompanharam cerca de 6.100 pessoas, a grande maioria homens, que viviam em uma comunidade agrícola na Coréia do Sul, por mais de duas décadas.Todos os participantes do estudo tinham pelo menos 55 anos de idade.
Os autores da pesquisa dizem que seus resultados precisam ser confirmados por outros estudos."Estes resultados não podem ser generalizados para outras populações, no entanto, nos parece que a ingestão alcoólica excessiva em hipertensos é um hábito muito perigoso", finaliza o Dr. Jae Woong, autor principal do estudo.
A American Heart Association define o consumo moderado de álcool da seguinte forma: dois drinques (quantidade máxima) por dia para os homens, e um drinque por dia para as mulheres. Dois drinques equivalem à duas latas de cerveja, duas taças de vinho (taça de 150 ml) ou duas doses de um uma bebida destilada (dose de 50 ml).