A escolha, análise e comparação dos diferentes indicadores de desempenho que norteiam a gestão hospitalar foram abordadas na sessão Indicadores de Desempenho, realizada no 1º Congresso Nacional de Hospitais Privados. Sob coordenação do diretor clínico do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), Eduardo Amaro, as palestras foram apresentadas pelo diretor geral do Hospital São Camilo, Valdesir Galvan, pelo diretor administrativo e financeiro do Hospital Mãe de Deus (RS), Alceu Alves da Silva, e pelo superintendente geral de operações do Hospital Samaritano (SP), Sérgio Bento.
Entendidos como painel de bordo do gestor ou sinais vitais de uma instituição, os indicadores, na opinião do diretor do Hospital São Camilo, são bancos de dados que precisam ser analisados de forma conjunta, estar atualizados, serem disponibilizados e comparados. No São Camilo, são apresentados em três tipos: estratégicos, gerenciais e operacionais. Segundo o gestor, são 44 indicadores estratégicos ao todo. “Um de nossos objetivos é medir o gerenciamento de risco e garantir a segurança do paciente e, para isso, nos servimos de vários indicadores, que são acompanhados por todos os executivos”, disse Galvan, destacando, também, a importância da realização de benchmarking, com análise profunda de outros hospitais que utilizam o mesmo modelo de negócio.
Apresentando a experiência do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, Alceu Alves falou sobre a montagem de painéis de indicadores, alinhamento com o desenho institucional e a necessidade de avaliação e acompanhamento dos mesmos. Para o gestor, todas as pessoas que trabalham no hospital precisam ter conhecimento do modelo de gestão adotado pela instituição e sua inter-relação com os modelos econômico e assistencial é fundamental. Alceu alertou os congressistas sobre o cuidado que devem ter na determinação do volume de indicadores. “Poucas informações são prejudiciais, mas um grande volume de indicadores também podem prejudicar uma boa gestão, pois nem sempre as pessoas conseguem fazer boas interpretações”, avaliou.
Trinta indicadores ligados a processos de segurança são utilizados no Hospital Mãe de Deus. Eles mostram a qualidade do atendimento oferecido ao paciente e informam um Escore de segurança, que, junto com a institucionalização médica e os resultados econômicos e financeiros, determinam o desempenho hospitalar. “Se um hospital quiser ser campeão naquilo que faz, é preciso trabalhar com sistemas informatizados e indicadores que meçam o desempenho”, afirmou.
Encerrando a sessão, o gestor do Hospital Samaritano falou da importância dos indicadores nos modelos de gestão, do cuidado na escolha e utilização de indicadores, da adoção de painéis de gestão, da ferramenta de benchmarking e de indicadores de resultado assistencial. “No Samaritano, a escolha de indicadores é feita por um comitê interdisciplinar que avalia e valida cada um. São quatro níveis de indicadores: estratégicos, corporativos, qualidade de assistência e segurança e setorial”, contou Sérgio Bento. Com o apoio de consultoria externa, o hospital realiza a cada dois ou três anos planejamento estratégico e seus indicadores são diretamente ligados a planos de ações.
O Benchmarking também foi abordado por Bento, que o vê como ferramenta de análise profunda e complexa, quando bem empregada. Segundo ele, a técnica ainda é pouco utilizada pelos hospitais, que apresentam grande resistência “em abrir seus números”. Entre os desafios das instituições de saúde no que diz respeito a indicadores, o superintendente foi enfático: a avaliação de performance por equipe médica e o aprimoramento de sistemas de informações que garantam dados estratégicos e reais sobre a saúde da instituição são determinantes.
