
O Centro de Referência no Atendimento Infanto-Juvenil (Crai), do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (vinculado à Secretaria Municipal de Saúde), serve de exemplo a outros estados brasileiros no combate à pedofilia e na assistência integral a crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Para comemorar a primeira década de atuação do Centro, que está sendo completada agora em outubro, será realizada, entre os dias 17 e 19, no auditório do Ministério Público do Rio Grande do Sul, a jornada Dez Anos CRAI – Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes: Práticas, Intervenções, Perspectivas. (áudio)
Em 2010, foram acolhidas pelo Crai 1.500 crianças e jovens. Em 2009, o número foi de 1.510, contra 949, em 2008, e 789 em 2007. Um levantamento de 2002 até o ano passado demonstra que a grande maioria dos abusos é praticada por familiares das vítimas. Pela ordem, os principais agressores são os pais. Depois, vêm padrastos, tios, avôs ou mães, irmãos e madrastas.
A apuração revela também que 74% das vítimas são meninas e 26%, meninos. Na maioria das vezes, são crianças de 5 a 8 anos ou de 9 a 12 anos - faixas de idade que representam, cada uma, 28% dos casos. Crianças de zero a 4 anos aparecem em 20% das ocorrências e adolescentes de 13 a 15 anos, em 19%. Na faixa de 16 a 18 anos, o índice cai para 5%.
O CRAI presta às vítimas desde o atendimento médico e psicológico até o registro de ocorrência policial, exame de corpo de delito e procedimentos para que a Justiça se encarregue da punição ao agressor – que, se for um familiar, terá de ser afastado do convívio com a criança. Depois do acolhimento inicial, a criança ou adolescente e os familiares são conduzidos para assistência na rede municipal de Saúde. Dos casos atendidos, 71% são de Porto Alegre, 21% vêm da Região Metropolitana e 8%, do Interior, por recomendação de prefeituras.
Centro de Referência no Atendimento Infanto-juvenil
Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas
(avenida Independência, 661, 6º andar, Bloco C, Sala 619)
(51) 3289-3367
Atendimento: segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Atendimentos fora do horário podem ser encaminhados ao setor de Emergência do Hospital, para avaliação.
Denúncias de abuso sexual: DISQUE 100.