Na África, pacientes com Aids raramente se submetem a exames de carga viral para verificar se eles estão desenvolvendo uma resistência perigosa às primeiras drogas que recebem. O exame, que já é rotina em países ricos, é demasiado custoso e complexo.
Cientistas do hospital da Makerere University, em Kampala, Uganda, junto com cientistas americanos e belgas, desenvolveram uma fórmula, com base em questionamentos específicos relacionados aos pacientes, a fim de prever quais têm mais probabilidade de falha no tratamento.
Seus métodos, descritos no "The Journal of the International AIDS Society", parecem funcionar melhor do que as diretivas da Organização Mundial de Saúde, com base em sinais clínicos do avanço da doença e uma contagem de linfócitos CD4, uma técnica mais simples e menos cara do que os exames de carga viral.
Os médicos interrogaram 496 pacientes sobre a frequencia com que tomaram seus remédios nos últimos três dias, nas últimas quatro semanas e desde que começaram a tomá-los. Eles também perguntaram se os pacientes já "esqueceram" de tomar o equivalente a dois dias de medicação. Também foi perguntado se os pacientes alguma vez já pagaram pelo tratamento e se as mulheres já tomaram uma dose única de nevirapine para proteger novos bebês. Outras perguntas se relacionavam à perda de peso e brotoejas. Amostras de sangue foram coletadas para a contagem de linfócitos CD4.
Não ter seguido o tratamento durante dois dias, ter tido uma queda de 30% na contagem de CD4 (linfócitos sinalizadores da progressão da Aids) previram o fracasso do tratamento, segundo os pesquisadores. Eles sugeriram que o exame de carga viral, sempre que disponível, seja realizado inicialmente nesses pacientes.