Com o objetivo de chamar atenção da população para as questões de comportamento, que envolvem a prevenção da Aids e a valorização da vida, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou nesta quinta-feira, 1º de dezembro - Dia Mundial de Combate à Aids – uma campanha de conscientização em ruas, sinaleiras, nos principais monumentos da cidade e ainda um ato de conscientização na Esquina Democrática, com a presença de ONGs. Desde o início da epidemia de Aids no país, Porto Alegre se destacou como uma das Capitais com importante concentração de casos. (fotos)
Em Porto Alegre, a incidência de Aids no ano de 2010 registrou 98,59 casos para cada 100 mil habitantes. Presente no ato, o secretário em exercício da Saúde, Marcelo Bosio, destacou a forma como a secretaria tem atuado no sentido de combater a propagação do vírus. “Uma das frentes de prevenção que estamos investindo, é na descentralização do diagnóstico do teste rápido de HIV, que em breve deverá estar disponível em todas as unidades de saúde da Capital”, adiantou.
Laço vermelho - A campanha do laço vermelho, símbolo de luta contra a doença, instituída pela UNAIDS, está estampada nos principais monumentos da cidade, como Laçador, Monumento do Expedicionário, Paço dos Açorianos e Usina do Gasômetro. A campanha é uma parceria com os movimentos sociais que integram o Conselho Municipal de Saúde, representadas pelo Forum ONG Aids. As unidades de Saúde que realizam o Teste Rápido de HIV funcionarão até as 19h, e os Centros de Saúde Vila dos Comerciários e IAPI também realizaram atividades voltadas à conscientização.
Neste ano, a ideia é provocar uma reflexão sobre as formas de transmissão e prevenção do HIV/AIDS, bem como dos comportamentos de risco que expõem a população ao contágio do HIV. “São 12 questões que levam a comunidade a pensar sobre: o uso da camisinha, as dificuldades de falar sobre a doença com os filhos e amigos, o preconceito e a discriminação às pessoas que vivem com Aids, entre outras”, explicou o coordenador da área técnica de DST/AIDS e Hepatites Virais, Gérson Winkler. As faixas estão sendo apresentadas em 128 sinaleiras da cidade, nos principais eixos, como Ipiranga, Bento Gonçalves e Baltazar de Oliveira Garcia. Os passageiros e transeuntes estão recebendo material informativo da campanha da SMS “Se você esqueceu, a gente lembra”, que chama atenção para o uso de preservativos e orienta sobre as formas de transmissão e prevenção, respondendo às questões apresentadas nas sinaleiras da cidade.
Para reforçar o combate da doença, a secretaria ampliou a oferta de preservativos femininos e masculinos, que são distribuídos gratuitamente nas unidades, além de disponibilizar dois novos exames que controlam o estágio da doença (CD4 e carga viral) nos Serviços de Atendimento Especializados (SAE) do município. Uma das grandes conquistas da saúde frente à epidemia da Aids é a prevenção da transmissão vertical (quando a criança é infectada pelo vírus durante a gestação, parto ou por meio da amamentação). Ações efetivas diminuíram o risco da transmissão de 20% para índices menores que 1%. Porto Alegre possui em média 400 gestantes com HIV por ano. Até o momento, há 4.177 gestações acompanhadas pela vigilância epidemiológica. Dos 3.998 nascidos vivos, apenas 191 crianças (4,8%) tiveram como confirmada a transmissão vertical.
Comitê de Mortalidade – Buscando implantar medidas de controle mais efetivo das mortes por Aids em Porto Alegre, foi lançado o primeiro Comitê de Mortalidade por Aids do Brasil. O novo órgão terá como tarefa, além de investigar os óbitos pela doença, envolver gestores, profissionais e serviços de saúde e também a sociedade civil em ações de monitoramento e de incentivo à integração entre instituições e profissionais da área de saúde, a fim de planejar medidas de controle aos determinantes e circunstâncias que aumentem o risco de morte. A meta é reduzir ao máximo o número de diagnósticos tardios e a transmissão do vírus HIV. Estudos demonstram que 40% da mortalidade por Aids ocorrem pela demora em descobrir a presença do vírus e iniciar o tratamento para conter o desenvolvimento da doença. Quem começa a receber acompanhamento muito tarde, tem risco de morte 49 vezes maior.
Teste rápido - Porto Alegre é também a primeira cidade do Brasil a oferecer regularmente o teste rápido do vírus HIV na rede de atenção primária em saúde, para tornar mais ágil o diagnóstico. Além do Centro de Saúde Santa Marta (Capitão Montanha, 27, 5º andar) no período da manhã, o serviço está disponível em 12 unidades de saúde da região Partenon-Lomba do Pinheiro e, gradativamente, será distribuído às demais unidades da rede de atenção primária. Nesta primeira etapa, o teste está disponível para gestantes e seus parceiros, em nove dessas unidades, e nas outras três o exame está disponível para os demais usuários. O resultado fica pronto em 15 minutos. Se for constatado que a futura mãe é portadora do HIV, o bebê poderá ser protegido. O exame deve ser agendado diretamente na unidade de saúde, de segunda a sexta-feira, e é realizado sempre às terças-feiras à tarde. Dentro de três meses, o serviço deverá ser estendido a toda a população.
