Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe no Brasil cerca de 2.250.000 portadores de deficiência auditiva, o que corresponde a 1,5% da população, ocupando o terceiro lugar entre as deficiências no país.

Estudos prévios, realizados com adultos com alguma deficiência auditiva, revelaram que as condutas prejudiciais à audição mais adotadas por esses indivíduos são: frequentar ambiente com som alto, trabalhar em local ruidoso, não utilizar protetor auricular, introduzir objetos nos ouvidos, etc.

Com vista a esses expressivos índices, uma equipe de pesquisadores brasileiros conduziu um estudo com usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), nas cidades do Vale do Aço (MG), a fim de avaliar a percepção, os hábitos e conhecimentos auditivos da população.

Para a pesquisa, os especialistas recrutaram 255 indivíduos, de 20 a 60 anos de idade. Eles responderam a um questionário com 14 perguntas sobre percepção, hábitos e conhecimentos auditivos.

Os resultados indicaram que 25% dos participantes não escutam bem, e quase metade relatou dores de ouvido, zumbido e/ou sensação de ouvido abafado. Observou-se grande prevalência de hábitos auditivos prejudiciais à saúde, como: utilizar objetos para limpar a orelha, ouvir som alto e usar fones de ouvido,

Os problemas auditivos podem ser de origem congênita ou adquirida. Estas últimas podem estar relacionadas a maus hábitos auditivos. Por isso, é de grande importância o envolvimento de profissionais da área da saúde em programas de promoção de saúde, visando a prevenção de problemas mais sérios.

Referência

SANTANA, C. J. et al. Conhecimento auditivo da população usuária do Sistema Único de Saúde. Revista Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 14, n. 1, p. 75-82, 2009.