O transplante "autólogo" ou "autotransplante de medula óssea", procedimento pelo qual Reynaldo Gianecchini passou no dia 12/01, quinta-feira, é uma prática comum no tratamento do linfoma. O ator luta contra um linfoma de células T angioimunoblástico desde agosto do ano passado.
Nos últimos meses, Gianecchini passou por sessões de quimioterapia. O tratamento tem como alvo os tumores do sistema linfático, mas também ataca células sadias do corpo. Esse enfraquecimento de outros tecidos é o que provoca, por exemplo, a queda de cabelo.
As células da medula óssea também são destruídas pela quimioterapia. A medula óssea é o recheio do osso, o tutano, e tem como função produzir as células do sangue.
Para proteger o paciente, os médicos retiram algumas dessas células – sadias –, as mantêm congeladas por meses e as implantam depois que a quimioterapia termina. É nisso que consiste o autotransplante.
“Não é que o transplante cure, é que ele permite dar uma quimioterapia mais forte e manter a medula forte”, explicou a onco-hematologista Eloisa Martin, do Instituto Paulista de Cancerologia.
A especialista disse que essa prática permite que a quimioterapia seja mais agressiva, com maior chance de sucesso na luta contra o tumor. “É uma dose monstra. Se ele não tivesse guardado a medula, ele morreria”, esclareceu Martin, que não faz parte da equipe que atende o ator.
A médica contou que os primeiros dias após o fim da quimioterapia são o período em que o paciente fica mais vulnerável. O risco de infecções é maior e ele precisa receber transplantes de sangue. Sua produção natural só volta ao normal depois de uma ou duas semanas.