No dia 14 de fevereiro, às 14h, uma comitiva formada por cerca de 20 diretores médicos e CEOs de instituições de saúde públicas e privadas de países do Leste Europeu fará uma visita ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), no Rio de Janeiro, considerado uma referência no segmento hospitalar carioca devido a possuir acreditação internacional da Joint Commission International (JCI), maior órgão de verificação da qualidade do mundo. Essa não é a primeira vez que profissionais do setor visitam o hospital, que recebeu no ano passado gestores da área de saúde de Macau, na China.

Os gestores do Leste Europeu, provenientes de países como Rússia, Cazaquistão, Azerbaijão e Geórgia, estarão no Brasil de 13 a 17 de fevereiro, período em que irão visitar vários hospitais e clínicas de prestígio no país, a fim de avaliar a possibilidade de cooperação e novas oportunidades de negócios.

De acordo com o gerente de projetos da Global Conferences – empresa com sede em Londres responsável pelo intercâmbio –, Andrey Bulyutin, mais do que meras visitas “a bem-sucedidas e reconhecidas instituições médicas públicas e privadas”, a programação terá apresentações de relatos dos representantes das organizações médicas daqueles países, além de encontros entre membros de instituições governamentais e de associações médicas.

Ainda segundo Bulyutin, uma das propostas da vinda da comitiva ao Brasil é dar a estes gestores um bom entendimento do sistema de saúde brasileiro, do qual o Hospital São Vicente de Paulo “é um dos melhores representantes”. A visita ao HSVP contará também com uma apresentação sobre o hospital carioca para os visitantes, que têm interesse especial nos serviços oferecidos e nas atividades de pesquisa desenvolvidas pela instituição. “Os visitantes estarão muito interessados na qualidade do sistema de gerenciamento do hospital e nos serviços educacionais que são prestados”, prevê.

Para a Irmã Marinete Tibério, CEO do HSVP, está é uma possibilidade de integração para ambas as partes. “Estamos seguros de que será uma excelente oportunidade para a troca de experiências, benchmarking e cooperação entre todos os envolvidos”, avalia, já que, na visita anterior, os chineses coletaram dados sobre a produtividade em emergência e ambulatórios e trocaram informações sobre processos de qualidade, gestão financeira, taxas de ocupação e permanência, e atuação dos convênios.

Brasil é o destino da moda

De acordo com Heleno Costa Júnior, coordenador de Educação e diretor de Relações Institucionais do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), representante exclusivo no Brasil da JCI, o mundo experimenta um boom na globalização na área da saúde e, junto disso, a ampliação das metodologias de acreditação tem dado maior credibilidade às empresas brasileiras do setor. “Como o Brasil vive um momento de vitrine econômica, instituições de vários países têm nos procurado a fim de saberem mais sobre nosso conhecimento no campo da saúde. São experiências muito ricas. E nós também aprendemos com os visitantes. Essas ações são uma política da JCI, que estimula que esse intercâmbio seja feito de forma mais regular, como uma ferramenta para a troca de experiências”, conta Heleno Costa Jr.

O dirigente do CBA analisa que, em outros tempos, este tipo de interação era uma via de mão única, com os profissionais brasileiros buscando parcerias e convênios no exterior, mas sem que houvesse uma procura dos estrangeiros pelo Brasil. Esta relação vem mudando e, na prática, a vinda de profissionais da saúde ao país gera tanto uma troca de experiências quanto parcerias concretas, o que ele considera muito positivo para as instituições brasileiras.

“Na área da acreditação, por exemplo, é muito comum representantes de hospitais que estão em processo de acreditação visitarem instituições já acreditadas. Mas é importante ter em mente que o benchmarking é diferente de uma visita social. Ele é uma ferramenta, é preciso que se tenha uma agenda definida, para o visitante saber se poderá importar aquele conhecimento para o seu hospital, ou adaptá-lo. Quando se faz isso de forma organizada e estruturada, é sempre muito positivo”, ensina.