Uma equipe de pesquisadores britânicos apresentou um novo tratamento contra o câncer de mama hereditário. O novo tratamento atua inibindo a enzima Parp, uma molécula utilizada pelas células cancerígenas para reparar o DNA após as sessões de quimioterapia e prosseguir, assim, sua expansão pelo organismo.
Ao impedir este processo de regeneração, o remédio consegue que as células cancerígenas se tornem mais sensíveis à quimioterapia, aumentando a efetividade do tratamento.
O remédio atua de forma específica sobre as mutações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2 e destrói as células cancerígenas sem afetar as demais células saudáveis.
Para chegar a essa conclusão, os especialistas do King's College, de Londres, estudaram 54 mulheres com a doença em hospitais europeus, americanos e australianos, que foram divididas em dois grupos para receber uma dose mais ou menos alta do tratamento, denominado Olaparib.
Foi comprovado que no grupo que recebeu uma dose maior, o tamanho do tumor foi reduzido em 40% dos pacientes. Em um dos casos, inclusive, o tumor chegou a desaparecer totalmente.
O novo medicamento também é capaz de fazer frente a um tipo de câncer que até agora foi especialmente difícil de tratar, o triplo negativo. Embora esses pacientes respondam melhor à quimioterapia, não se beneficiam de tratamentos endócrinos nem de remédios antitumorais adequados a seu perfil genético, por isso costumam sofrer recaídas adiantadas e ter poucas possibilidades de sobrevivência.
Segundo o diretor da unidade de pesquisa do câncer de mama do King's College, Andrew Tutt, os resultados alcançados com o novo medicamentos são "muito promissores para as mulheres com câncer de mama hereditário", que representam 5% dos casos de tumores mamários do Reino Unido.
As mulheres com um forte histórico familiar de câncer de mama e que herdam um gene BRCA1 ou BRCA2 defeituoso têm 80% mais de probabilidades de sofrer da doença em algum momento.