
Uma equipe de cientistas franceses conseguiu detectar um novo esquema de funcionamento do cérebro após aplicar cocaína em ratos, informou no dia 28/02, terça-feira, o Centro Francês de Pesquisas Científicas (CNRS).
A cocaína é um estimulante muito potente que tem consequências diretas no cérebro. A substância pode chegar a bloquear a recepção de neurotransmissores que influenciam em vários processos físicos e psicológicos.
Os pesquisadores identificaram, a partir de testes realizados com roedores, uma relação entre o aumento da densidade dos espinhos dendríticos e a cocaína no núcleo "accumbens", um grupo de neurônios fundamental na captação de efeitos aditivos e outros comportamentos como o medo e a tomada de decisões.
Os cientistas bloquearam o aumento de espinhos após injetar diretamente no centro e no exterior deste grupo de neurônios anisomicina, um inibidor da síntese de proteínas.
Esta experiência demonstrou que os efeitos da cocaína se devem a uma transferência de neuroplasticidade causada pelo aumento de espinhos dendríticos do centro até o exterior do núcleo.
A inovação da pesquisa é que até o momento, segundo a nota do CNRS, não existia uma demonstração do envio de informação de centro ao exterior, enquanto, no sentido contrário, estava bem documentada.
Os resultados da pesquisa feita pelo CNRS e pela Universidade Paris Descartes, na França, foram publicados na revista científica "PLoS One".