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Mulheres são mal representadas em pesquisas de câncer
 
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08/06/2009

Mulheres são mal representadas em pesquisas de câncer

Diferença encontrada na proporção entre homens e mulheres pode prejudicar conclusões sobre efeitos do tratamento

Na era em que o estudo do câncer se volta aos tratamentos dirigidos -baseados, entre outras coisas, nas particularidades de grupos populacionais-, as mulheres são sub-representadas nas pesquisas clínicas mais importantes das novas terapias para tipos de câncer não relacionados ao gênero.
 
 
Nas pesquisas sobre sete tipos de tumor (hematológico, gastrointestinal, do aparelho urinário, de pulmão, do sistema nervoso, de cabeça e pescoço e sarcomas), a participação de mulheres foi, em média, de 38,8%. Para os pesquisadores, essa proporção é menor do que a incidência de vários tipos de câncer em mulheres.
 
O trabalho, da Universidade de Michigan (EUA), será publicado na edição de 15 de julho do jornal "Cancer", da Sociedade Americana de Câncer. Os autores revisaram 661 pesquisas clínicas publicadas nos veículos científicos mais respeitados, como "New England Journal of Medicine", "Jama" e "Lancet", entre outros, envolvendo mais de um milhão de participantes.
 
 
"Sabemos que existem diferenças significativas entre homens e mulheres que podem ter grande influência nas respostas à doença e ao tratamento e, portanto, nas conclusões", disse Reshma Jagsi, líder do estudo, por e-mail, à Folha.
 
A preocupação em garantir a representação de todos os segmentos da população em pesquisas não é nova. Segundo Paulo Hoff, diretor clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, uma série de trabalhos mostra a baixa representação de minorias em pesquisas médicas. "Especificamente em relação ao sexo [dos participantes], ainda não havia sido demonstrado, de forma tão contundente, o quanto a mulher pode ser afetada", diz.
 
Incidência
A questão não é ter um número igual de homens e mulheres. "Se pensamos em tumor de estômago, a incidência é duas vezes maior em homens, o que justificaria a maior proporção deles nos estudos", diz Hoff.
 
No trabalho da Universidade de Michigan, o critério foi comparar a proporção de mulheres na pesquisa com a incidência do tipo de câncer na população feminina em geral. "As importantes diferenças encontradas para alguns tipos de câncer sugerem que é preciso melhorar a distribuição [dos participantes de cada sexo]", diz Reshma Jagsi. "Por exemplo, enquanto 44,8% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão nos EUA em 2000 eram mulheres, a participação feminina foi de apenas 30,6% nos estudos revisados", diz.
 
O maior problema é que, quando um segmento da população está mal representado nas pesquisas, o entendimento dos efeitos do tratamento pode ser prejudicado. "Se há grupos sub-representados, os resultados ficam viciados, não refletem o que acontece com a população geral", diz Auro del Giglio, coordenador de oncologia do hospital Albert Einstein.
 
Segundo Rafael Schmerling, do centro de oncologia do Hospital Sírio-Libanês, "do ponto de vista formal, não temos muitos dados para dizer se os tratamentos agem de forma diferente em homens e mulheres. O ideal seria desenhar o estudo para podermos identificar qual subgrupo se beneficia mais ou menos da terapia".
 

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Autor: Iara Biderman
Fonte: Folha de São Paulo

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