Muitas mulheres com câncer de mama continuam ingerindo suplementos alimentares antioxidantes apesar das preocupações de que essas substâncias podem interferir no tratamento, como identificou alguns estudos recentes.
A pesquisa, publicada na revista médica científica Cancer, no mês de julho, é a mais recente a investigar as preocupações sobre o grande número de pacientes com câncer que ingerem megadoses de vitamina e suplementos minerais na esperança de impulsionar a saúde.
Algumas pesquisas sugeriram que doses altas de antioxidantes, como vitaminas C e E, beta-caroteno e selênio, podem interferir na radiação e em alguns tipos de quimioterapia. Esses tratamentos atacam as células tumorais, gerando radicais livres, que os suplementos podem essencialmente “limpar”, impedindo de atacar o câncer. Outros estudos sugeriram que, da mesma maneira que as células saudáveis, as de câncer prosperam na presença de doses altas de antioxidantes.
Pesquisadores da Columbia University Mailman School of Public Health avaliaram o uso de suplementos antioxidantes entre 764 mulheres no projeto de estudo denominado de Long Island Breast Cancer Study Project. Entre as 663 mulheres que realizavam tratamento quimioterápico, ou com hormônio, ou radiação para o câncer de mama, 60,5% delas estavam ingerindo suplementos antioxidantes durante o tratamento.
A maioria das mulheres (70%) ingeria alta dose dos suplementos, definida como uma dose maior que a média da população na ingestão de um multivitamínico. O estudo apenas verificou a prevalência do uso de antioxidantes entre mulheres com câncer de mama e não mediu se quaisquer das mulheres experimentaram efeitos negativos como resultado. Além disso, a pesquisa focalizou nos antioxidantes ingeridos em forma de pílula. A maioria dos especialistas acredita que o alto consumo de frutas e legumes, que contenham vitaminas e antioxidantes em suas composições, não possa gerar risco adicional às pacientes com câncer e pode ser benéfico.
A taxa de uso de vitaminas é mais alta entre pacientes com câncer que na população em geral. Ano passado, investigadores do Cetro de Pesquisa sobre Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, Estados Unidos, revisou 32 estudos realizados entre 1999 e 2006, encontrando que 64% a 81% dos sobreviventes de câncer estavam ingerindo vitaminas extras ou minerais, além de multivitaminas. Na população geral, apenas 50% dos adultos informaram ingerir suplementos dietéticos.
A Sociedade de Câncer americana informou que não deveriam ser utilizados vitaminas e suplementos durante o tratamento de câncer. Em 2005, pesquisa publicada na revista médica Cancer citou vários estudos que demostraram que o uso de vitaminas por parte de pacientes com câncer não ajuda e pode até mesmo causar danos.
Traduação: Equipe SIS.Saúde
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