Em artigo publicado em junho deste ano, na revista científica Biologicals, Akira Homma, pesquizador da Fiocruz, realizou uma avaliação da situação atual e das perspectivas da fabricação das vacinas brasileiras, que apresentam papéis fundamentais para os países emergentes.
Segundo o autor, a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação no Brasil estão recebendo alta prioridade pela iniciativa governamental, que adotou esse aspecto como uma de suas políticas principais, bem como a decisão de fortalecer a capacidade tecnológica do país. Relativo à biotecnologia, há 181 companhias que operam no campo da biociência no Brasil, das quais, 39,4% atuam na área da saúde (21,1%, saúde humana; 18,3%, saúde animal) e 19,6% atuam em áreas de contribuições.
Homma comenta que a perspectiva dos fabricantes brasileiros de vacinas é muito positiva, porque se baseiam no Programa de Imunização Nacional (PNI). Devido à ampla cobertura de vacinação, a incidência de doenças evitáveis através de vacinas é muito baixa, e não há casos de poliomielite desde 1989, nem casos de sarampo desde 2000, por exemplo.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) visa contribuir para o controle ou erradicação das doenças infecto-contagiosas e imunopreviníveis, tais como a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose e outras, mediante a imunização sistemática da população.
O Programa foi formulado em 1973, a partir de uma proposta básica elaborada por técnicos do Departamento Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde e da Central de Medicamentos CEME - Presidência da República) e renomados sanitaristas e infectologistas.
O PNI é parte integrante do Programa da Organização Mundial de Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A gestão nacional do PNI compete à Coordenação de Imunizações e Auto-Suficiência em Imunobiológicos CIAIM do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI) da Fundação Nacional de Saúde.
Fonte: Ministério da Saúde
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Assim, o Brasil coloca uma ênfase significativa na produção de vacinas. Os dois institutos principais, Fiocruz e Butantan, foram criados em 1900. Desde então, ambos estão fortalecendo suas estruturas e atividades de produção continuamente.
Também, o país tem demonstrado sua força como um produtor imunobiológico pela exportação de vacinas da febre amarela e meningite, após sua pré-qualificação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2001 e 2007, respectivamente. Essa atividade internacional ultrapassou 60 países.
“Como resultado, 83% das vacinas requeridas, no ano de 2007, foram providas nacionalmente e apenas 17% foram importadas, principalmente para centros de referência especiais, utilizadas em pacientes especiais”, diz Homma. “Além disso, o país exportou vacina da febre amarela ativamente desde 2002, e meningite desde 2007, tendo atingido mais de 60 nações”.

Número de vacinas adquiridas em 2007
Fonte: Homma, 2009
O autor considera que as perspectivas aumentaram positivamente devido à política governamental de fazer investimentos internos, não apenas de evitar a dependência externa de produtos para a saúde pública, mas fortalecer o setor industrial brasileiro relacionado à biotecnologia.
Referência
HOMMA. A. The Brazilian vaccine manufacturers' perspective and its current status. Biologicals, v. 37, n. 3, p. 173-176, Jun. 2009.
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