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Esperança contra o câncer de mama
 
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06/06/2012

Esperança contra o câncer de mama

43% das pacientes que se submeteram ao teste com o novo medicamento tiveram os tumores reduzidos

Apresentado domingo no maior encontro de oncologistas do mundo – o Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), em Chicago (EUA) –, um estudo com o anticorpo trastuzumabe emtansine (T-DM1) vem sendo considerado como uma das maiores promessas para o tratamento do câncer mais agressivo de mama, o metastático HER2-positivo.

Além de impedir a progressão da doença com maior eficácia (as mulheres tratadas com o medicamento não apresentaram progressão da doença por um tempo 35% maior do que o grupo que recebeu outro tipo de medicação), o T-DM1 reduz de forma expressiva os efeitos colaterais, um ganho para as pacientes que estão em tratamento quimioterápico.

Em fase final de testes – segundo especialistas, o medicamento pode começar a ser testado neste ano com pacientes no Rio Grande do Sul, em hospitais como São Lucas, Clínicas e Conceição, entre outros –, o T-DM1 funciona como um “míssil teleguiado”, que não ataca as células saudáveis do organismo, explica Stephen Stefani, pesquisador e oncologista do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus.

– A novidade é que o medicamento tem a combinação do anticorpo monoclonal (produzido a partir de clones de uma única célula) trastuzumabe com o quimioterápico emtansine (DM1). O trastuzumabe já é usado há tempo, mas não em combinação com o DM1. Os dois juntos, além de aumentar a sobrevida dos pacientes, reduzem muito os sintomas, como perda de cabelos e diarreias, comuns na quimioterapia – afirma Stefani.

Segundo o diretor-chefe, médico e líder de desenvolvimento de Produto Global da Roche (indústria que fabrica o medicamento), Hal Barron, a previsão é que, em 2012, o medicamento seja submetido à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e à Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).

– A eficácia, a segurança e a qualidade de vida apontados pelo estudo levam a nossa crença de que o T-DM1 pode ter um papel importante para as pacientes – afirma.

No Brasil, a expectativa é que a droga esteja disponível nas farmácias entre 2014 e 2015.

43% das pacientes que se submeteram ao teste com o novo medicamento tiveram os tumores reduzidos

Estudo foi realizado com 50 pacientes brasileiras

O estudo internacional cujos resultados foram divulgados na Asco, batizado de Emilia, foi realizado com 991 pacientes (cerca de 50 brasileiras), sendo que todas já haviam sido tratadas apenas com trastuzumabe. Metade do grupo recebeu, então, T-DM1, e a outra metade o tratamento padrão com os quimioterápicos lapatinibe e capecitabina. Aquelas que tomaram o medicamento não apresentaram progressão da doença por um tempo 35% maior – ficaram, em média, 9,6 meses sem o avanço da doença, contra 6,4 meses no grupo controle.

Das pacientes que tomaram o T-DM1, 43,6% tiveram os tumores reduzidos, enquanto apenas 30,8% do grupo de controle apresentaram redução. A sobrevida com a nova droga foi maior. No grupo que recebeu o medicamento, houve um aumento de 7,1 meses na qualidade de vida, sem nenhum sintoma. No grupo que recebeu os quimioterápicos tradicionais, o aumento foi de 4,6 meses.

O presidente da divisão latino-americana da farmacêutica Roche, Jörg-Michael Rupp, afirmou que há possibilidade de o novo remédio ser efetivo nas primeiras fases da doença, inclusive em outros tipos de câncer.

– Se o remédio funciona em uma fase avançada, há uma possibilidade maior de ser efetivo nas primeiras fases – afirmou.

Saiba mais

- O câncer de mama metastático do tipo HER2-positivo acomete de 15% a 20% das pacientes no mundo. Em 2010, foram identificados mais de 10 mil casos de câncer desse tipo no Brasil.

- Em 2012, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esperam-se, para o Brasil, 52.680 casos novos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas mulheres do Sul.

- Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. A sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos tem apresentado um discreto aumento, e é de 85%. Nos países em desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de 60%. 


Autor: Redação
Fonte: Zero Hora

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