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Novo medicamento contra o câncer de próstata aumenta sobrevida de pacientes
 
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31/08/2012

Novo medicamento contra o câncer de próstata aumenta sobrevida de pacientes

A enzalutamida também provocou menos efeitos colaterais em relação a outras medicações que estão disponíveis no mercado

A enzalutamida, novo medicamento para o tratamento de câncer de próstata, aumenta sobrevida de pacientes, conforme um estudo publicado no New England Journal of Medicine. Cientistas responsáveis pela pesquisa analisaram 1.199 homens com câncer de próstata metastático que não responderam ao tratamento tradicional - denominado de "castração", que significa a diminuição nos níveis de hormônio masculino (testosterona) no organismo através do uso de remédios ou pela remoção cirúrgica dos testículos, já tratados com quimioterapia.

Da amostra, 800 pacientes que participaram do trabalho receberam enzalutamida; e 399, placebo, conforme o oncologista Howard Scher, do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York (Estados Unidos), líder do levantamento. O grupo tratado com a nova medicação obteve uma média de sobrevida de cinco meses a mais do que o grupo do placebo, com uma redução de 37% no risco de morte.

Qualidade de vida e dor.

Além disso, todos os indicadores referentes à qualidade de vida, incluindo a dor, revelaram uma melhora para os pacientes tratados com o novo remédio, bem como a maioria dos doentes foi beneficiada no período dos primeiros três a seis meses de tratamento. A enzalutamida também provocou menos efeitos colaterais em relação a outras medicações que estão disponíveis no mercado.

Segundo o oncologista Luiz Bruno, do Instituto do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre, a enzalutamida bloqueia os receptores da testosterona nas células cancerosas, gerando a sua morte. "O mecanismo usado por essa droga é totalmente novo e sobrepassa a resistência do tumor aos tratamentos hormonais tradicionais", declara.

O especialista acrescenta que a inovação que esse medicamento traz é adicionar tempo de vida com qualidade. "A enzalutamida, empregada em sequência ou combinada às demais drogas igualmente ativas, acena com a possibilidade de que o câncer de próstata possa ser uma doença crônica controlável com medicamentos no futuro, como já ocorre com outros tumores", conclui Bruno. O levantamento foi realizado em 156 locais de 15 países. Os doentes foram recrutados de setembro de 2009 a novembro de 2010.

Resistência à quimioterapia

Outra pesquisa, realizada em Seattle, também nos Estados Unidos, indica que uma proteína está ligada ao mecanismo que gera a resistência à quimioterapia em pacientes que sofrem de câncer. Em um artigo publicado na revista Natare Medicine, os estudiosos afirmaram que a quimioterapia leva células especializadas em curar feridas em volta dos tumores a produzirem uma proteína que ajuda o câncer a resistir ao tratamento.

Cerca de 90% dos pacientes com casos de câncer na próstata, mama, pulmão e intestino que sofrem metástase, quando a enfermidade se espalha, desenvolvem resistência à quimioterapia. O tratamento para esses casos é feito com intervalos, para que o corpo do doente se recupere da toxicidade da medicação. Mas esses intervalos permitem que as células do tumor se regenerem e desenvolvam a resistência.

Nesse estudo, feito pelo Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson, foram analisadas as células fibroblásticas, que normalmente têm um papel importante na recuperação em casos de feridas e na produção de colágeno, o principal componente de tecidos de ligação, como os tendões, por exemplo.

Danos no DNA

A quimioterapia gera danos no DNA, o que faz com que estas células produzam uma quantidade de uma proteína chamada WNT I6B trinta vezes maior do que deveriam. Essa proteína é o "combustível" que faz com que as células cancerosas cresçam e invadam tecidos que cercam o tumor, além de causar a resistência à quimioterapia. Já se sabia que a WNT16B estava envolvida no desenvolvimento dessa enfermidade, mas não na resistência ao tratamento.
Expectativa.

Os cientistas esperam encontrar uma forma de cortar a resposta dessas células e melhorar a eficácia do tratamento do câncer. Peter Nelson, o pesquisador que liderou o levantamento, comemorou a descoberta."As terapias para o câncer estão evoluindo cada vez mais para serem muito específicas. Nossas descobertas indicam que o microambiente do tumor também pode influenciar o sucesso ou fracasso de terapias mais precisas." (Claudia Chiquitelli com agências)

Estudo questiona necessidade de cirurgia de câncer de próstata

Um novo estudo mostra que a cirurgia de câncer de próstata, que muitas vezes deixa homens com impotência e incontinência urinária, parece não salvar vidas de homens em estágio inicial da enfermidade. A maior parte das indicações da cirurgia ocorre nessa fase da doença.

Pesquisadores americanos notaram que a detecção e o tratamento do câncer de próstata têm sido lamentavelmente equivocados, deixando milhões de homens impotentes, com medo extremado do tumor, que dificilmente os levaria à morte. Em torno de 100 mil a 120 mil cirurgias de próstata são realizadas a cada ano nos Estados Unidos.

"O jogo está mudando. O que o estudo mostra é que existem vários cânceres de próstata que são diagnostica dos hoje e que não são perigosos", afirmou o professor de urologia Leonard Marks, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA).

Debite - Ainda assim, a pesquisa, publicada no The New England journal of Medicine, dificilmente definirá o debate sobre o melhor caminho para o tratamento de homens com câncer.

Um editorial que acompanha o levantamento argumenta que o estudo, realizado com 731 homens, mesmo que importante, ainda é muito pequeno para apontar conclusões sobre a prostatectomia radical. Além disso, um número ligeiramente maior de homens que não realizaram a cirurgia desenvolveram metástases ósseas ao longo da pesquisa de 15 anos.

Não há diferença estatística do risco de morte com o câncer de próstata e de casos entre homens que foram aleatoriamente selecionados para a cirurgia ou para um grupo de observação. Também foi constatado que homens com pontuações mais altas no teste de PSA (teste antígeno prostático específico) poderiam se beneficiar com a intervenção cirúrgica. 


Autor: Claudia Chiquitelli com agências
Fonte: Jornal O Sul

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