O Governo do Estado irá ampliar a implantação do sistema de prontuário clínico eletrônico neste mês. Ação prioritária desta gestão, o Saúde Inteligente - nome dado ao sistema - chega a Soledade, na 6ª Coordenadoria Regional de Saúde. Ao final do ano passado, a iniciativa teve sua largada por meio de um projeto piloto em Passo Fundo. Para o próximo ano, chegará à Região Metropolitana e, até o final de 2014, ao restante do Estado. Para isso, o investimento estimado é de R$ 250 milhões.

O Sistema Integrado de Gestão em Saúde (SIGS) tem a proposta de modernizar a Rede Estadual de Saúde, a partir da gestão de Tecnologia da Informação (TI), qualificando e agilizando o atendimento. Essa padronização dos processos promove um melhor controle das informações sobre os serviços, os usuários, e o SUS em geral. Todo o acompanhamento do usuário é registrado e atualizado no sistema, desde a porta de entrada do SUS pela atenção básica, seja pela Estratégia de Saúde da Família ou na Unidade Básica de Saúde, até um procedimento cirúrgico de alta complexidade que ele venha a precisar.

O prontuário eletrônico permite a substituição dos receituários e encaminhamentos por papel, já que tudo fica registrado de forma online e pela internet, o que possibilita que a informação seja acessada de qualquer lugar. No atendimento primário no posto de saúde, é possível que o médico acesse todo o histórico do paciente. Caso seja necessária a prescrição de um medicamento, o próprio sistema registra a solicitação. Assim como os exames por imagem, como radiografias, que podem ficar ali armazenadas, dispensando a impressão das mesmas.

O primeiro passo para a sua implantação no Estado começou por Passo Fundo, município escolhido por ser um dos polos regionais de maior resolutividade na saúde, ou seja, uma das cidades do Interior que mais consegue suprir a demanda local sem necessidade de encaminhamentos para outros locais. Em dezembro do ano passado, o prontuário eletrônico chegou ao município pela Unidade Básica de Saúde José Alexandre Zácchia, com aproximadamente 8 mil usuários cadastrados.

Neste ano, o projeto já foi ampliado para a Unidade Básica de Saúde Adirbal Corralo, com mais 9 mil usuários também incluídos no sistema eletrônico. Somente para esta primeira etapa, já foram investidos cerca de R$ 20 milhões. Em setembro, o Saúde Inteligente chega a Soledade, cidade de 30 mil habitantes, onde todas as suas seis unidades básicas de saúde serão informatizadas.

Alguns dos benefícios esperados com o sistema são espelhados na experiência que o Distrito Federal teve com a sua implantação. Entre eles, destacam-se o aumento de 30% na oferta de consultas e a redução em 50% no número de exames, o que no RS significaria uma economia de R$ 25 milhões por ano. Além disso, o sistema propicia uma melhoria na gestão de custos e maior agilidade nos processos.

Características do sistema:

- Acesso remoto e simultâneo: vários profissionais podem acessar um mesmo prontuário simultaneamente e de forma remota, com transmissão pela internet.
- Maior legibilidade: dados na tela ao invés de escritos à mão.
- Segurança: sistema com recurso de backup para evitar a perda de dados.
- Confidencialidade: acesso permitido por níveis de direito, que são monitorados continuamente e sujeitos à auditorias se necessário.
- Flexibilidade do layout: formas diferentes de apresentação dos dados para se adequar às necessidades do usuário do sistema.
- Integração com outros sistemas de informação: dados integrados a outros sistemas já em funcionamento em hospitais e outros serviços de saúde já informatizados
- Captura automática de dados: dados capturados diretamente de equipamentos de diagnóstico por imagem e resultados laboratoriais.
- Assistência à pesquisa: dados como base para estudos epidemiológicos.

Investimentos no projeto:

Estimativa para a implantação em todo o RS: R$ 250 milhões

- 25 mil usuários
- 8 mil licenças do software: R$ 52 milhões
- Prestação de serviços para implantação: R$ 105 milhões
- 25 mil computadores e respectiva infraestrutura: R$ 37,5 milhões
- Armazenamento de dados (Data Center) e outros serviços de conectividade: R$ 16,8 milhões
- Manutenção corretiva e evolutiva do sistema por sete anos: R$ 28 milhões
- Atendimento técnico à distância (Help Desk): R$ 8,4 milhões