O laboratório de eletroquímica e cerâmica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza um estudo inédito, que visa avaliar a eficiência dos nanocosméticos e os seus efeitos no organismo.
A pesquisa recrutou 120 voluntárias, de 30 a 69 anos, para participarem de testes. Elas levam pra casa para usarem todo dia um creme antienvelhecimento e serão avaliadas durante os próximos 90 dias.
Uma vez por mês, as voluntárias terão o rosto examinado por um equipamento, que utiliza fibra ótica, e é colocado na região dos olhos das mulheres.
“A luz que passa pela fibra ótica entra em contato com a pele. Ela nos dá o sinal tanto do colágeno como de um aminoácido chamado triptofano. Através desses dois sinais, a gente faz uma quantificação do colágeno na pele. Então a gente consegue quantificar se a pessoa teve uma melhora ou não do colágeno”, explica a pesquisadora Viviani Albarici.
O colágeno é a proteína que dá firmeza à pele. O aminoácido triptofano é responsável pela proteção. À medida que a pessoa envelhece, a produção desses dois elementos diminui. Os cremes antienvelhecimento prometem ajudar nessa reposição.
De acordo com os pesquisadores, é o primeiro laboratório que testa a eficácia desses cremes na pele das consumidoras de maneira científica. O comum era as empresas avaliarem os produtos levando em conta só a opinião das voluntárias.
“Você tinha uma avaliação subjetiva, então você perguntava para voluntária: como você tá se sentindo em relação a esse creme? A voluntária respondia: ah, a minha pele ficou mais brilhante, ficou mais esticada, estou me sentindo bem com o creme. E eram a partir dessas respostas que a indústria cosmética avaliava se ela queria um produto ou outro para lançar no mercado”, conta a pesquisadora Valéria Longo.
Com a criação de um laudo, a ideia é atender a uma indústria e um mercado cada vez mais exigentes. “Quando você vai na prateleira escolher um produto e você tem lá na embalagem que depois de 90 dias você vai ter 20% a mais de colágeno na pele, ou vê um outro na prateleira que vai trazer 30%, você vai poder optar por qual quiser. Você vai ter o respaldo científico que está garantindo aquele cosmético”, analisa Longo.
Para a consumidora Ieda Viana Rosa, dá mais segurança saber que o produto que comprou foi testado dermatologicamente. “Saber que ao colocar um produto na pele ela ficará horrorosa, mas linda é importantíssimo”, ressalta.
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