Como parte do projeto Boas Práticas em Saúde, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) - instituição que representa com exclusividade no Brasil a Joint Commission International (JCI), maior agência acreditadora em Saúde do mundo – lança mais um vídeo educativo. Nessa edição, o tema escolhido foi Gerenciamento de Medicamentos e Farmácia, questão que merece atenção por conta do seu impacto na segurança do paciente, já que estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que uma em cada 10 pessoas sofre danos por administração errada de medicamentos.
Criado pela SB Comunicação, o vídeo tem duração de 12 minutos e conta com a participação do Coordenador de Educação do CBA, Heleno Costa Júnior, a Coordenadora da Farmácia Clínica do Hospital Copa D’or (RJ), Carolina Freitas e a supervisora de Farmácia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), Alessandra Pineda.
Enfermeiro especializado em Administração Hospitalar, Heleno aborda cinco importantes processos de gerenciamento de medicamentos estabelecidos pela metodologia de acreditação internacional: seleção de medicamentos, através de uma lista padronizada de substâncias definidas pela JCI; a aquisição desses medicamentos, definida por requisitos técnicos e legais de órgãos responsáveis; o preparo e a dispensação dos medicamentos, feitos a partir de prescrições elaboradas pelos médicos; a administração, que é feita pela equipe de enfermagem na maioria dos casos; e monitoramento dos medicamentos. Para Heleno, apesar de haver uma interdependência dos processos listados, ainda existe carência de atenção em alguns deles, isoladamente. “A partir dos resultados das avaliações externas que nós realizamos, podemos observar que as questões de seleção e da aquisição de medicamentos são consideradas mais estruturadas. No entanto, a administração e o monitoramento ainda são consideradas estruturas mais frágeis”, afirma o Coordenador de Educação do CBA.
O entrevistado aborda também a mudança de perfil do farmacêutico clínico e das novas necessidades das instituições de saúde para esse profissional. Segundo o especialista, é preciso mudar a cultura das instituições, que muitas vezes limitam o profissional de farmácia às funções administrativas, e trazê-lo para auxiliar a equipe médica. “Hoje, um desafio do gestor é definir esse novo perfil. É uma busca constante. A expectativa é que esse profissional tenha um perfil clínico, que ele atue junto à equipe médica e de enfermagem para que haja uma orientação em relação aos medicamentos utilizados”, defende ele.
Copa D’or e Hospital Alemão Oswaldo Cruz: cases de sucesso
Acreditado pelo CBA/JCI desde novembro de 2007, o Hospital Copa D’or (RJ) evoluiu bastante seu processo de gerenciamento de medicamentos. Carolina Freitas, farmacêutica especializada em farmacologia e Coordenadora da Farmácia Clínica da instituição revela no vídeo essa experiência, que envolveu treinamentos entre os profissionais, promoveu a aproximação do profissional de farmácia com a equipe médica e necessitou até alterações físicas na estrutura da farmácia do Hospital. “Hoje nosso gerenciamento é completamente multidisciplinar. Nós conseguimos disseminar a informação e fazer com que todos entendam que essa não é uma rotina específica do farmacêutico, já que se inicia desde o momento em que o médico prescreve, passando pela enfermagem que administra, enfim, é um trabalho de todos”, explica.
Para medir o impacto dessas novas práticas no atendimento, o hospital criou um sistema junto ao escritório da qualidade para notificar todas as falhas no processo, além de filtros internos em cada setor para saber o que foi prevenido graças as novas medidas, além de localizar possíveis erros e aprimorá-los.
“Os nossos pacientes são os maiores beneficiados, pois podem contar com uma rede de segurança no serviço”, garante Carolina Freitas.
Outro caso de sucesso na implementação de um sistema de gerenciamento de medicamentos é o do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), acreditado desde 2009 pelo CBA/JCI. Alessandra Pineda, especializada em Farmácia Hospitalar e Farmácia Clinica, e líder do capítulo de gerenciamento e uso de medicamentos da instituição, destaca as principais estratégias adotadas para a qualidade e segurança do processo de medicação: a implementação de uma política de uso seguro de medicamentos de alta vigilância; adoção do processo de prescrição eletrônica; desenvolvimento de protocolos institucionais para a prescrição médica e de critérios para a prescrição de medicamentos potencialmente perigosos; implementação de sistema de distribuição com códigos de barras, o que permite a checagem eletrônica e a rastreabilidade dos produtos e de todo o processo; além de um sistema de informações a respeito de medicamentos, disseminação de uma cultura de notificação de eventos adversos, sem caráter punitivo, para implementação de melhorias no processo e monitoramento por meio do uso de indicadores. Pineda salienta também a mudança de atuação do profissional farmacêutico voltado para atividades clínicas.
“Esse é um capitulo extremamente apaixonante e desafiador, pois diz respeito a um dos processos mais críticos e frequentes, dentro das instituições de saúde. Por outro lado, nos dá a oportunidade de atuarmos intensamente com os demais membros da equipe multidisciplinar, possibilitando o desenvolvimento de estratégias conjuntas para a qualidade e segurança do processo de gerenciamento de medicamentos”, afirma a representante do Hospital Alemão.
Para saber mais sobre o assunto, assista aqui o vídeo completo no canal do Youtube.
