Check-ups médicos que se limitam a seguir uma lista de exames preestabelecidos podem não trazer benefício algum. É o que afirma um levantamento feito pela Colaboração Cochrane, que é uma organização internacional especializada em revisar estudos da área médica.
A revisão levou em conta 14 estudos que envolveram 182.880 participantes no total. Eles foram divididos em dois grupos: um que foi submetido a check-ups periódicos e outro que se limitou a receber atendimento médico padrão. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que esse tipo de procedimento não reduz a mortalidade de modo geral, nem por doenças que se beneficiam com o diagnóstico precoce, como as doenças cardiovasculares e o câncer.
De acordo com os estudiosos, alguns exames podem resultar em mais malefícios que benefícios, porque podem identificar doenças ou alterações que talvez nunca manifestassem sintomas, e o tratamento pode causar mais efeitos colaterais do que se não tivesse sido ministrada qualquer tipo de medicação.
Adote atitudes que facilitam a consulta médica
É muito comum pensarmos que uma visita de rotina ao médico ou mesmo uma consulta para checar alguns sintomas não é grande coisa. No entanto, o paciente pode adotar uma série de atitudes que ajudam o médico a chegar a um diagnóstico mais preciso e evitar a prescrição de remédios que atrapalhem o tratamento:
Leve os exames anteriores
Para uma consulta médica, é importante sempre levar os exames já realizados, pois facilita e orienta melhor o médico em relação ao diagnóstico. "Além disso, essa prática evita que o médico solicite novamente exames que já foram realizados, o que beneficia tanto o paciente quanto a operadora de saúde", explica o clínico geral Flávio Arruda, do Hospital Alvorada Brasília.
Faça uma lista com os medicamentos que você toma
De acordo com o hematologista Sandro Melim, do laboratório Pasteur, em Brasília, é de suma importância o paciente levar uma lista com todas as medicações que ele faz uso, juntamente com a dosagem. "Isso ajuda o médico a avaliar se é preciso ajustar a dose, suspender ou adicionar à rotina do paciente determinado remédio", diz.
Informe o seu histórico familiar médico
Diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer - como o de mama e o de intestino - e outras doenças têm uma alta incidência em pessoas com histórico familiar. "Por esse motivo, deve-se sempre informar ao médico qualquer ocorrência de doenças na família, principalmente em parentes de primeiro grau", explica o clínico geral Flávio.
Leve os seus diagnósticos anteriores
Assim como o histórico familiar, o histórico particular também é importante para que o médico possa analisar melhor o paciente. Você deve sempre contar se tem qualquer doença crônica ou alergia.
Diga ao médico o que você está sentindo
Fazer uma lista dos sintomas que você tem facilita muito o diagnóstico médico. Segundo Flávio Arruda, a lista deve ter a data aproximada de quando os sintomas começaram; a localização da dor; fatores que causam, agravam e aliviam os sintomas; tempo de duração das sensações e fatores associados ao sintoma.
Não esconda informações
Nunca devemos esconder nada do médico, mesmo que a informação pareça pouco importante. Sandro Melim lembra que existe o sigilo médico-paciente que é inviolável - todas as informações passadas ao médico não sairão do consultório.
Não saia do consultório com dúvidas
O hematologista Sandro afirma que sempre deve ficar claro para o paciente o seu diagnóstico e o tratamento para que ele possa entender qual é a gravidade de sua doença e como deve proceder. "Caso o paciente saia de lá com uma receita médica, ele deve se certificar de que entendeu o nome do medicamento e quais são as dosagens, para não haver confusão", completa.