A Semana Estadual de Prevenção e Combate ao Aneurisma da Aorta, de 22 a 27 de outubro, reforça a importância do diagnóstico precoce como medida decisiva para evitar complicações provocadas pela doença. A programação inclui palestras, distribuição de cartilhas e exames gratuitos para detecção da anomalia.

Durante o evento de abertura, realizado na noite da última segunda-feira (22), no Hospital Universitário, em Canoas, o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, destacou a importância da prevenção e da detecção precoce do problema. “Assim são evitadas internações e uso de medicamentos, medidas extremas, tardias e pouco eficazes no caso de aneurisma da aorta, já que, se diagnosticado precocemente, tem cura”, afirmou.

O cirurgião cardiovascular Eduardo Saadi, coordenador estadual da campanha, também palestrou sobre o tema. “O aneurisma da aorta é grave e raramente apresenta sintomas e quando rompe provoca hemorragia interna grave, resultando em 90% de óbitos. Apenas 50% dos pacientes com aneurisma da aorta em ruptura conseguem chegar vivos ao hospital. Destes, mais de 50% morrem durante ou após cirurgia de urgência”, alerta o especialista.

A próxima palestra da Semana será realizada nesta terça-feira (23), às 19h30min, no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, quando serão distribuídas, por sorteio, senhas para a realização de 10 ecografias gratuitas, voltadas para pessoas com fatores de risco (veja abaixo). Os exames serão feitos no dia 27, no mesmo hospital.

O aneurisma da aorta

A artéria aorta recebe todo o sangue ejetado do ventrículo esquerdo do coração e o distribuiu para todo o corpo, com exceção dos pulmões. A aorta ramifica-se em artérias menores, desde o coração até a parte inferior do abdômen. Seu diâmetro médio é de 2 cm. Uma simples ecografia abdominal revela a situação da artéria. Se em algum ponto passar de 3 cm é considerado aneurisma e pode ser tratado clinicamente, na maioria dos casos, quando mede até 4 - 4,5 cm. O aumento progressivo não causa dor nem sintoma algum. Quando atinge um diâmetro igual ou maior que 5 cm é preciso eliminá-lo.

O risco de ruptura é maior do que o apresentado pela operação convencional. Outra alternativa de tratamento é a cirurgia endovascular, modalidade menos invasiva que consiste na introdução de uma prótese a partir da virilha, sem necessidade de anestesia geral. Através de pequena incisão, uma endoprótese é inserida por um cateter pela artéria femoral até o local da lesão, onde é liberada e o aneurisma excluído. A internação é mais curta, de dois a três dias, e a recuperação mais rápida. O índice de mortalidade cai para 1% a 2%.

Fatores de risco: O aneurisma da aorta acomete mais homens, acima dos 60 anos, fumantes, que sofram de diabetes, aterosclerose, com colesterol elevado, hipertensão, doença coronária ou com antecedentes na família com o aumento da artéria. A doença é a 10ª causa de morte em todo o mundo. Cerca de 5% da população masculina e 0,4% da feminina, acima de 55 anos, apresentam o problema.