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Peso de mais, saúde de menos
 
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24/10/2012

Peso de mais, saúde de menos

Fernando Farias, chefe do Serviço de Cirurgia de Obesidade Mórbiba do HU, do Mãe de Deus, comenta sobre obesidade

Má alimentação e sedentarismo. Combinação perigosa que vem contribuindo para o avanço em escala global de um mal que tem reflexos diretos na nossa qualidade. de vida: a obesidade, doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura no corpo. "Trata-se de uma epidemia. Hoje, o número de pacientes obesos já ultrapassa o número de subnutridos no mundo", alerta o médico e professor da Ulbra Fernando Farias, chefe do Serviço de Cirurgia de Obesidade Mórbiba do Hospital Universitário.

Problema que ganha dimensão ainda maior pelo fato deste crescimento ter como mola propulsora uma incidência cada vez maior sobre os mais jovens. Conforme a Organização Mundial de Saúde, uma em cada dez crianças em idade escolar - aproximadamente 155 milhões - é obesa. No Brasil, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos estão com peso acima do recomendado.

Dados de 2012 apontam que 10,4% das crianças de O a 10 anos, que têm acompanhamento em Unidades Básicas de Saúde do Estado, apresentam excesso de peso. "Ficar o dia
inteiro jogando videogame ou na frente do computador tomando refrigerante e comendo bolachinha recheada têm sido decisivo", avalia Farias.

As causas

Fatores genéticos

Se a criança tiver pais obesos, as chances do ponteiro da balança subir muito com ela são grandes. Conforme o médico pediatra Lyonel Martins Feltes Júnior, pais obesos devem ter atenção redobrada com o peso do filho. "É possível reverter sim com acompanhamento médico e bons hábitos", orienta o médico. Outras causas da obesidade infantil, segundo o pediatra, podem ser problemas na tireóide ou síndromes raras, que poderão ser constatadas após um diagnóstico médico.

O ambiente e os pais

A criança não pode ser vista de forma isolada. Filhos de mães obesas apresentam sete vezes maior chance de sobrepeso, em comparação aqueles que não têm mães obesas, segundo a professora do curso de Nutrição da Feevale Simone Bernardes.

"Isso configura a ligação entre criança e ambiente, já que normalmente a mãe é responsável pela organização das refeições da criança, é ela quem apresenta os alimentos ao filho e, desta forma, é com ela que aprende a comer."

Maus hábitos alimentares

Criança que não toma refrigerante e não come fast food provavelmente será um adulto que não cairá neste tipo de tentação. "Isso porque as papilas gustativas se acostumam com os alimentos, ou seja, a criança estimulada a comer coisas muito doces, salgadas ou gordurosas, vai sempre gostar deste tipo de alimento, tendo dificuldade para de livrar deles mais tarde", explica a nutricionista Bruna Rhoden Estorgato.

Fator que tem contribuído para a obesidade infantil, diz ela, é a oferta de produtos industrializados e variedade de fast foods. "Como os pais tem cada vez menos tempo para dar atenção aos filhos, acabam compensando na comida, oferecendo o que eles querem comer, o que nem sempre é saudável", argumenta. Ainda no universo das lanchonetes, a professora do curso de Nutrição da Feevale Simone Bernardes ressalta a desatenção das pessoas em relação às quantidades de alimentos consumidas.

"Nós estamos sendo constantemente estimulados a comer super porções, com preços mais acessíveis do que aqueles de tamanho normal. No cinema, pelo preço proporcionalmente mais barato, torna-se 'mais vantajoso' aos olhos do consumidor comprar a pipoca de maior tamanho", alerta. Simone ainda ressalta que deixar de fazer o café da manhã e a baixa frequência do consumo de leite são hábitos associados que conduzem à obesidade.

Sedentarismo

Os hábitos da vida moderna têm engordado nossas crianças. Televisão, computador e dispositivos cada vez mais atrativos como Iphones e tablets têm segurado os pequenos por muitas horas sentados. Os altos índices de violência não permitem mais que se brinque na rua até tarde como antigamente, mas as consequências disso são preocupantes. "Crianças que permanecem diariamente por mais que três horas em frente à televisão aumentam em aproximadamente duas vezes as chances de se tornarem obesas, enquanto aquelas que não praticam educação física na escola quintuplicam as suas chances", informa a professora do curso de Nutrição da Feevale Simone Bernardes.

Os vilões das crianças

Refrigerante (200ml=1 copo)
Tem alto teor de sódio (sal) e açúcar. O grande problema é que a maioria das crianças acostumadas a beber todo dia toma muito mais que um copo. Cada copo de refrigerante tem: Calorias: 85 =1 bombom
Açúcar (g): 25,7 = 4 colheres de chá
Sódio (mg): 10 =1 pitada

Salgadinho (100g)
Rico em gordura trans, prejudicial à saúde, tem excesso de sal. Calorias: 564 = um almoço para um adulto ou mais
Gordura total (g): 38,8 = uma colher e meia de sopa de manteiga
Sódio (mg): 516 = 10 colheres de chá de sal

Biscoito recheado (7 biscoitos — 100g)
Rico em açúcar, gordura e com baixo valor nutricional. Calorias: 484 calorias = um almoço de um adulto
Gordura total (g): 21,2 = uma colher de sobremesa de manteiga Sódio (mg): 232 = 5 colheres de chá de sal

Excesso de peso X obesidade

Excesso de peso não significa obesidade, mas pode ser o caminho para se ter a doença. O que diferencia uma situação de outra é o índice de Massa Corporal (IMC), o normal é 18,5 a 24,9. É considerado sobrepeso o índice superior a 25. Os obesos têm IMC acima de 30.

Como calcular o IMC

O índice de massa corporal é calculado da seguinte maneira: peso (em quilos) dividido pela altura vezes altura. IMC=quilos/ (altura x altura). Por exemplo: se você pesa 71 quilos e mede 1,76m, o seu IMC será de 20,17, e isso significa que o peso está normal. Por esse índice é possível saber se a pessoa sofre de obesidade ou não. Especialistas advertem que o IMC não pode ser utilizado para avaliar crianças com menos de 5 anos.

Confira a tabela

IMC abaixo de 18,5 - abaixo do peso ideal
IMC entre 18,5 e 24,9 - peso ideal
IMC entre 25,0 e 29,9 - excesso de peso
IMC entre 30,0 e 34,9 - obesidade grau 1 (leve)
IMC entre 35,0 e 39,9 - obesidade grau 2 (moderada)
IMC acima de 40 - obesidade grau 3 (mórbida)

Redução de estômago

O Ministério da Saúde vai reduzir de 18 para 16 anos a idade mínima para realização de cirurgia bariátrica (redução de estômago) no Sistema Único de Saúde nos casos em que há risco de morte. Antes de se submeter à cirurgia, o paciente entre 16 e 65 anos deve passar por avaliação clínica e cirúrgica e ter acompanhamento com equipe multi disciplinar durante dois anos. 


Autor: Patrícia Pinto Lemos e Francisco Eboli
Fonte: Diário de Canoas - Especial | Pág. 3

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