Cerca de 20% dos jovens que nasceram com o HIV chegam à adolescência e se tornam sexualmente ativos sem saber que estão infectados. A afirmação é de estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.

O levantamento constatou, ainda, que da parcela dos jovens que sabiam estar infectados com o vírus e foram questionados sobre os primeiros parceiros sexuais, a maioria relatou que não havido revelado sua condição antes da atividade sexual.

Outro dado que torna estas informações ainda mais preocupantes é que a maioria dos jovens sexualmente ativos relatou atividades sexuais sem uso de preservativo.

Os autores da pesquisa recomendam que as famílias e médicos responsáveis informem a estas crianças sobre o seu estado sorológico antes que elas atinjam a adolescência e se tornem sexualmente ativas. Eles destacam também a importância dos médicos e outros prestadores de cuidados de saúde se certificarem que os jovens que vivem com HIV compreendam a importância de práticas sexuais mais seguras e da divulgação de sua condição a parceiros potenciais.

Muitas vezes pais e profissionais esperam até a adolescência para revelar a condição da criança, pois acreditam que, neste momento, o jovem estará mais maduro, com capacidade emocional de lidar com seu diagnóstico. A Academia Americana de Pediatria recomenda que os prestadores de cuidados de saúde discutam com os pais e responsáveis pela educação, o momento mais adequado para revelar a uma criança que ela é portadora do vírus HIV.

O levantamento, realizado com 330 soropositivos com idades entre 10 a 18 anos, foi o primeiro a examinar exaustivamente fatores associados ao início da atividade sexual entre os jovens que nasceram com o HIV. Todos os integrantes da pesquisa preencheram questionários duas vezes por ano, por computador. Entre as perguntas, questionamentos sobre o primeiro ato sexual, o uso de preservativo, e se revelou ou não o seu status de portador a parceiros potenciais.

"Os resultados mostram que os jovens que nasceram com HIV tem os mesmos comportamentos que os jovens sem o vírus em todo o país", disse Rohan Hazra, da Pediatric, Adolescent and Maternal AIDS Branch of the Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development (NICHD). "No entanto, por serem soropositivos, é extremamente importante que os profissionais de saúde, conselheiros escolares e a família, reforcem a importância do sexo seguro, do uso permanente da medicação e da divulgação de sua condição a parceiros potenciais."