Com 85 pacientes confirmados, o Rio Grande do Sul passou a ser oficialmente o segundo Estado brasileiro com mais casos de gripe A. Está atrás apenas de São Paulo, que tem 308 dos 680 casos do país.

Pela proximidade com Argentina e Uruguai,os gaúchos viraram foco do avanço da doença no Brasil. O Rio Grande do Sul também ostenta a marca de único Estado com morte em função da gripe A.

Dos 55 novos casos de gripe A confirmados ontem pelo ministério, 45 pertenciam ao Rio Grande do Sul, mas 41 deles já constavam no controle da Secretaria Estadual da Saúde – apenas quatro eram novas situações de contágio.

Apesar do avanço do vírus, a estratégia de combate à doença adotada pelos governos estadual e federal continua sendo considerada correta por especialistas em saúde pública. Para infectologistas e sanitaristas, as autoridades agiram com rapidez quando o vírus ultrapassou as fronteiras do México e tomaram as medidas indicadas para retardar o avanço da enfermidade.

Na opinião do infectologista Renato Cassol, tudo o que poderia ter sido feito para conter a epidemia entrou em prática. Para ele, a morte do caminhoneiro gaúcho Vanderlei Vial, 29 anos, não deve ser motivo de pânico.

– O Brasil até que reagiu de forma bastante organizada à pandemia. O que as pessoas têm de entender é que ela é inevitável – afirma Cassol.

A impossibilidade de barrar por completo o avanço da nova moléstia é uma unanimidade entre os especialistas.

Para o chefe da Unidade de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luciano Goldani, iniciativas como o reforço da vigilância nos portos e aeroportos contribuem para retardar a entrada do vírus, mas são passíveis de falhas.

O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Conceição, Breno Riegel Santos, é taxativo ao afirmar que já não há mais necessidade de manter as medidas de contenção como no início. Argumenta que o Brasil é um dos poucos países que ainda gasta energia e recursos na tentativa de controlar o avanço da nova gripe.

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