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Preconceito no atendimento dificulta combate ao HIV em idosos
 
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20/12/2012

Preconceito no atendimento dificulta combate ao HIV em idosos

Por conta da idade avançada dos pacientes, profissionais de saúde não os consideram como pessoas sexualmente ativas

Pesquisa realizada em Botucatu, no interior de São Paulo, mostra que o preconceito ainda é um fator que dificulta o diagnóstico do vírus HIV e compromete o tratamento de idosos que vivem com a doença.

Por conta da idade avançada dos pacientes, profissionais de saúde não os consideram como pessoas sexualmente ativas" , explica a enfermeira Rúbia de Aguiar Alencar, que realizou uma pesquisa sobre o tema na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo foi realizado com 11 pessoas que tiveram diagnóstico de HIV positivo após os 60 anos. O trabalho também envolveu 23 profissionais que participam da Estratégia Saúde da Família, além dos idosos, atendidos no Hospital-dia HIV/Aids. A coleta de dados durou um ano, e foram analisados dados como religião, estado civil, profissão, renda, tempo de diagnóstico do HIV, uso de antirretroviral e comparecimento nas consultas.

Rúbia destaca que entre os entrevistados, a maioria tinha algo em comum: a solicitação para sorologia, ou seja, o pedido de exames para a confirmação da presença do vírus em seus organismos não foi prioridade para os profissionais da equipe da Saúde da Família. Apesar de os idosos já apresentarem sinais e sintomas que sugeriam contaminação pelo HIV, apenas após a realização do tratamento de outras doenças, mais comuns em pessoas com idade avançada, a suspeita do HIV foi considerada um possível diagnóstico.

Vida sexual ativa

Para a enfermeira, a grande dificuldade está em compreender que a pessoa idosa também tem vida sexual: " O tema ainda está tão cercado de preconceitos e tabus que, muitas vezes, faz o profissional acreditar que estaria desrespeitando o idoso, no caso de perguntar sobre a sua vida sexual" .

O estudo constatou que a transmissão, em todos os entrevistados, aconteceu por via sexual. Em tempos de expectativa de vida cada vez mais alta, as pessoas tendem naturalmente a estender seu período de vida sexual ativa. Até mesmo drogas e medicamentos, são cada vez mais eficientes e tem menos efeitos colaterais. Portanto, é urgente a necessidade de abandonar estereótipos preconceituosos acerca das pessoas idosas e considerá-las enquanto cidadãs sujeitas de si mesmo e de sua sexualidade, e como tal vulneráveis ao vírus HIV.

Rúbia aponta que os serviços de saúde devem construir, em conjunto com os idosos e seu real cotidiano, novas reflexões, novos planos de ação. A maneira como a sociedade olha para o idoso precisa mudar, e no caso específico do combate ao vírus da Aids, uma nova postura dos serviços e dos profissionais de saúde é essencial. " Enquanto os serviços de saúde não englobarem os idosos como sujeitos coautores das ações direcionadas à prevenção das DST/Aids, pouco se irá avançar na luta contra a epidemia" , afirma a pesquisadora. Para ela, as concepções de saúde do idoso devem ampliar seu horizonte sobre a sexualidade, e uma das maneiras mais eficazes de promoção de uma nova concepção, é a implantação de novos conteúdos de capacitação para os profissionais, a fim de quebrar tabus e estabelecer novos paradigmas.

Preparo profissional

A pesquisadora garante que a percepção do profissional sobre a sexualidade do idoso é essencial: " A partir do momento em que esse profissional compreender a existência da sexualidade nessa faixa etária, poderão ser solicitados os exames para HIV e outras DST de uma forma natural, como se faz para os grupos etários mais jovens" . Rúbia garante que, apesar de não diminuir diretamente o número de infectados, a solicitação do exame e o diagnóstico prévio são essenciais no tratamento de idosos vivendo com Aids: " O fato de solicitar o exame de HIV não diminui o número de infectados, mas permite que idosos infectados possam iniciar precocemente o tratamento, melhorando o mesmo durante o percurso dessa infecção" . 


Autor: Redação com informações da USP
Fonte: Isaúde.net

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