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Crise ameaça ‘metas do milênio’
 
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06/07/2009

Crise ameaça ‘metas do milênio’

A crise econômica reverteu os avanços sociais no mundo e coloca em risco as metas de redução de pobreza e combate à fome

 Dados divulgados hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU) alertam que as Metas de Milênio, de redução da pobreza e da fome pela metade até 2015, correm o risco de não serem atingidas diante do impacto da crise.

As metas foram estabelecidas em 2000 como o mais ambicioso objetivo da humanidade. A ONU admite que, a seis anos do prazo final, alguns progressos conseguiram ser feitos e, em alguns países como o Brasil, algumas das metas estão em bom caminho. Mas a crise mundial reverteu essa tendência para os últimos anos.

"Não podemos permitir que um clima econômico desfavorável prejudique os compromissos assumidos em 2000", afirma o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. "A crise econômica retardou e, em algumas áreas, reverteu o progresso feito nos últimos anos", disse Francesca Perucci, principal autora do levantamento. "Apesar de a crise ser de inteira responsabilidade dos países ricos, são os pobres os mais afetados."
O Estado obteve informações do governo brasileiro de que a próxima cúpula do G-20, em setembro, incluirá a questão da pobreza em sua agenda, pela primeira vez.

Os dados da ONU mostram que entre 1990 e 2006, a proporção de famintos no mundo passou de 20% da população para 16%. Mas o fenômeno se inverteu a partir de 2008 com a alta nos preços de alimentos e, agora, se aprofunda diante da recessão e queda na renda. Há duas semanas, a FAO alertou que pela primeira vez mais de 1 bilhão de pessoas no mundo passariam fome até o fim deste ano.

Segundo o levantamento, mais de 25% das crianças nos países pobres estão abaixo do peso. Entre 1990 e 2007, os progressos nessa área já foram tímidos. Agora, qualquer esperança de se atingir a meta de diminuir esse número pela metade está comprometido.

No que se refere à pobreza, as conclusões são bem preocupantes. Entre 1990 e 2005, o mundo conseguiu reduzir o número de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia. Esse salário indica a linha da pobreza extrema e 400 milhões saíram dessa condição. Em 2005, 1,4 bilhão de pessoas ainda viviam em extrema pobreza.

Mas os indicadores mostram que os avanços na luta contra a pobreza extrema deverão se estagnar. "Em 2009, calcula-se que haverá mais 55 a 90 milhões de pessoas vivendo na pobreza extrema", indica a entidade. Um dos motivos será a elevação na taxa de desemprego.

A América Latina também terá seus avanços sociais comprometidos por causa da crise, mesmo que a região tenha tido importantes avanços nos últimos anos.

Entre 1999 e 2005, a pobreza foi reduzida substancialmente na região, caindo de 11% da população para 8%. "Mas agora a projeção é de que, em 2009, o número de pessoas vivendo em extrema pobreza aumente", apontou a ONU.

Uma das principais preocupações da organização é com a capacidade e vontade política dos governos para continuarem subsidiando programas sociais.

A estimativa é de que apenas a África precisará de US$ 8,3 bilhões por ano para avançar nas metas relacionadas com educação e mais US$ 10 bilhões por ano para a saúde.

Hoje, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, anunciará em Genebra os primeiros empréstimos para países que queiram investir em projetos para garantir maior competitividade a seus setores exportadores. No total, US$ 50 bilhões serão disponibilizadas.

Mas, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), os US$ 250 bilhões prometidos pelos países ricos na cúpula do G-20 em abril até hoje não se transformaram em realidade para os países mais pobres.


Autor: Agência Estado - Redação
Fonte: Último Segundo

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