A adequação de novos procedimentos para o diagnóstico de problemas auditivos em bebês, evita resultados com falsos negativos, segundo as orientadoras da pesquisa sobre o tema Audição e Equilíbrio, as professoras Luciana Macedo de Resende e Sirley Alves da Silva Carvalho, da UFMG.
O estudo submeteu 95 bebês atendidos no Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital São Geraldo do Hospital das Clínicas da UFMG, à timpanometria com diferentes tons de sonda (como são chamados os valores de frequência utilizados). Os resultados foram comparados a outros exames, como o registro das emissões otoacústicas realizados na triagem auditiva neonatal universal e otoscopia feita por um otorrinolaringologista.
A comparação apontou forte correspondência entre os exames quando a timpanometria utilizou um tom com frequência de 678 Hz. De acordo com a professora Luciana Macedo, este tipo de avaliação é mais indicado devido à própria característica do ouvido do recém-nascido. " O procedimento mais comum atualmente utiliza uma frequência de 220Hz, pensando na orelha do adulto" , explica. " No entanto, o ouvido dos bebês tem características bem diferentes, e outros tipos de frequências transitam com mais facilidade. Frequências mais elevadas, como 678 ou 1000 Hz geram uma resposta mais fidedigna" , explica.
A timpanometria é utilizada nesses casos para definir o que pode estar causando o problema identificado na triagem. Um resultado normal descarta problemas condutivos no ouvido médio, mas indica problemas neurossensoriais, que podem implicar uma perda de audição permanente
A partir desse estudo, Luciana Macedo conclui que é possível traçar um novo protocolo de testagem para problemas auditivos nos primeiros meses de vida, de maneira que os resultados sejam mais confiáveis, otimizando o tratamento realizado atualmente e dando mais confiança para as famílias lidarem com o problema.