O número de pessoas afetadas por doenças intestinais inflamatórias, como Doença de Crohn e Colite Ulcerativa, cresceu entre 10 e 15 vezes nas últimas cinco décadas em grandes cidades, de acordo com dados de pesquisa realizada pela Organização Europeia de Chron e Colite – ECCO e que coordena campanha mundial “Fight Against IDB”. A causa ainda não é totalmente conhecida e alguns dos sintomas podem ser confundidos com enfermidades menos agressivas, como síndrome do intestino irritável. No entanto, já foi percebido que o meio ambiente pode ser um fator desencadeador desses males.

Crohn e Colite Ulcerativa são duas das mais sérias e incapacitantes doenças inflamatórias intestinais que atingem tanto homens como mulheres em idade adulta e que vivem em sua maioria em grandes centros, como capitais e regiões metropolitanas. A pesquisa mostra que o mercado de trabalho nessas áreas pode receber implicações diretas dessas doenças, já que aproximadamente 44% dos pacientes diagnosticados com o problema perderam ou abandonaram o emprego antes ou durante o tratamento.

Os sintomas se apresentam como diarreia, dor abdominal e hemorragia retal. Em alguns pacientes, cerca de 40% deles, são percebidos ainda problemas nos olhos e na pele; e muitas vezes podem ser confundidos com outras enfermidades menos graves. De acordo com o estudo da ECCO, que pesquisou pacientes de todos os países europeus, de 20 a 25% das pessoas com a doença apresentam os sintomas de forma contínua, e ainda 53% precisarão passar por algum tipo de hospitalização no período de aproximadamente 10 anos depois do diagnóstico. Ainda de acordo com o levantamento, mesmo com o acompanhamento médico, de 30 a 40% dos pacientes apresentam algum tipo de complicação no espaço de tempo de 10 a 15 anos.

Informações sobre Doença Inflamatória Intestinal (DII)

Doença de Crohn e Colite Ulcerativa são as duas doenças mais comuns entre as DII. O termo Doença Inflamatória Intestinal abrange um grupo de condições inflamatórias, em que há, provavelmente, uma reação imunológica do organismo a seu próprio trato intestinal, causando um dano crônico. As doenças autoimunes afetam cerca de dois por cento da população mundial (mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo) e são caracterizadas pela autodestruição de órgãos específicos. Apesar destas doenças serem usualmente mantidas sob controle com medicamentos, não há ainda causa ou cura conhecida.

· Doença de Crohn e Colite Ulcerativa afetam principalmente adultos jovens e que, nos casos mais graves, podem levar à remoção do reto e cólon.

· Doença de Crohn é uma doença autoimune inflamatória crônica do trato gastrointestinal – apesar de mais comumente afetar a parte final do intestino delgado ou íleo. A doença de Crohn se manifesta durante toda a vida do paciente por surtos de diferentes intensidades e duração. Os sintomas mais comuns são dor abdominal, diarreia e perda de peso e podem também vir associados à falta de apetite, febre, suor noturno, dor e hemorragia retal.

· Colite Ulcerativa afeta o intestino grosso (cólon). Em media, as pessoas são diagnosticadas com colite ulcerativa por volta de seus 35 anos, apesar da doença poder aparecer na infância. A colite ulcerativa é conhecida como uma doença de surtos - os sintomas podem desaparecer e ressurgir de tempos em tempos. Os surtos de colite ulcerativa podem ser graves e repentinos. As complicações mais comuns são sangramento, perfuração do intestino e distensão abdominal.

Diagnóstico e Causa

· Apesar da DII se manifestar em indivíduos de todas as idades, os seus pacientes são diagnosticados cada vez mais jovens, geralmente entre os 20 e 40 anos de idade.

· As DIIs não são hereditárias, contudo, é mais comum em pessoas da mesma família.

· O diagnóstico de DII começa com a identificação e análise dos sintomas do paciente por um especialista e geralmente se baseia na anamnese completa do paciente e uma série de exames, incluindo testes laboratoriais e de imagem (radiologia, colonoscopia) e biópsias se necessárias .

· A doença autoimune não tem cura, mas pode ser controlada.

· As causas da DII ainda são desconhecidas. Apesar de diferentes teorias e estudos sobre DII, como não existem causas comprovadas os especialistas têm dificuldades de descobrir a cura.

Tratamentos - Casos graves podem requerer cirurgia para remoção do segmento do intestino afetado. Outros tratamentos podem incluir terapias medicamentosas, em diferentes formatos, durante os períodos de atividade da doença, além da adoção de hábitos saudáveis por toda vida. Para estágios mais graves da doença, podem ser administrados agentes biológicos como anticorpos monoclonais humanos.