Uma em cada 60 mil bolsas de sangue pode estar contaminada com o vírus HIV, aponta pesquisa realizada pela Fundação Pró-Sangue de São Paulo com dados de 2006. Isso significa que o risco de uma pessoa contrair Aids durante uma transfusão é dez vezes maior do que em países desenvolvidos.
De acordo com a pesquisa, estima-se que, durante um ano, entre 50 e cem pessoas que recebem as bolsas poderão ser contaminadas.
A hemoterapeuta Ester Sabino, chefe do Departamento de Biologia Molecular da Pró-Sangue e responsável pela pesquisa, diz que o risco de uma bolsa estar contaminada é calculado com o acompanhamento dos doadores frequentes que eram HIV negativo e se tornaram HIV positivo e através do questionário realizado durante a triagem do doador.
O problema da contaminação das bolsas, explica Sabino, está relacionado a dois fatores: falta de um teste de biologia molecular que reduz pela metade a janela imunológica do vírus (intervalo entre a infecção e a detecção de anticorpos anti-HIV no sangue) e também o fato de muitas pessoas recorrerem à doação de sangue apenas para saber se estão, de fato, infectadas pelo vírus.
"Esse estudo tem como objetivo melhorar a segurança das transfusões e conscientizar as pessoas sobre a importância de responder ao questionário da triagem de forma sincera", diz Sabino.
Sabino diz, ainda, que o Brasil deverá iniciar o uso do teste molecular em 2010, pois a tecnologia está sendo desenvolvida pelo Biomanguinhos
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