Cientistas dos EUA demonstraram que a exposição à poluição do ar causada por tráfego intenso pode prejudicar o funcionamento dos rins.
A pesquisa sugere que a descoberta pode explicar o impacto conhecido da poluição do ar sobre doenças do coração e o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
Os dados foram publicados no BMJ-British Medical Journal.
Os autores avaliaram mais de 1.100 adultos que tinham sofrido um acidente vascular cerebral entre 1999 e 2004 e haviam sido internados em hospitais da área metropolitana de Boston.
Na admissão, a equipe mediu a creatinina do soro de cada paciente. A creatinina é um subproduto do metabolismo muscular e é filtrado para fora do corpo, pelos rins, conhecido como a taxa de filtração glomerular ou GFR. A GFR é, portanto, um indicador da saúde dos rins e de como eles estão funcionando.
Metade dos pacientes vivia a menos de 1 km de uma estrada principal e o restante vivia entre 1 e 10 km de distância.
Depois de levar em conta fatores de influência, como idade, sexo, raça, tabagismo, condições subjacentes, tratamento para doenças cardíacas e o bairro de moradia, os pesquisadores notaram que aqueles pacientes que viveram mais perto de uma estrada principal tiveram a menor taxa de filtração glomerular.
Aqueles que viveram a 50 metros tinham uma taxa de filtração glomerular 3.9 ml/minute/1.73 m2 menor do que aqueles que viviam a 1 mil metros de distância. Esta diferença é comparável a uma redução na taxa de filtração glomerular associada a pessoas 4 anos mais velhas.
Os autores calcularam que uma redução na proximidade de uma estrada principal de 1 mil metros para 50 metros pode estar associada com um aumento de 4% na taxa de morte cardiovascular e um aumento de 1% em todas as causas de morte.