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Brasil deixa a desejar no tratamento de pacientes com coronariopatia aguda
 
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05/06/2013

Brasil deixa a desejar no tratamento de pacientes com coronariopatia aguda

As regiões Norte e Nordeste são as que menos utilizam terapêuticas comprovadamente eficazes no tratamento das síndromes coronarianas agudas

Um estudo, recentemente publicado, realizado em 71 hospitais brasileiros, estratificados por região geográfica, esfera administrativa (público ou privado) e características (universitários ou não), comprovou uma deficiência no tratamento de doenças isquêmicas do coração nas diferentes regiões do país. Os resultados desse levantamento foram apresentados e discutidos no XXXIV Congresso da SOCESP, nos dias 30, 31 de maio e 1º de junho, em São Paulo.

Foi coletada uma amostra de 1.067 pacientes (margem de erro de 3%) portadores de angina instável ou infarto agudo do miocárdio. A idade média da amostra foi de 63 anos, sendo 63,7% homens e 36,3% mulheres. ”Este é o primeiro registro nacional que avalia a realidade do país como um todo, no que tange ao tratamento hospitalar da coronariopatia aguda. Dados mais fidedignos sobre o que ocorre no Brasil são extremamente importantes para a adoção de políticas públicas que direcionem esforços para áreas onde fica claro haver maiores carências”, explica o coordenador do estudo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e diretor da Unidade Clínica de Coronariopatia Aguda do Instituto do Coração InCor/HCFMUSP, José Carlos Nicolau.

Segundo o levantamento denominado BRACE (Brazilian Registry on Acute Coronary syndromEs ou Registro Brasileiro de Síndromes Coronarianas Agudas), as regiões Norte e Nordeste apresentaram desempenho significativamente inferior às demais regiões do país, tanto na utilização dos medicamentos nas primeiras 24 horas de internação, quanto na prescrição na alta hospitalar. “Observamos que na alta hospitalar, a região Centro-Oeste também apresentou desempenho inferior à região Sul”, acrescenta o cardiologista.

A terapêutica analisada contempla cinco tipos de medicamentos: ácido acetilsalicílico (AAS), betabloqueadores, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA), clopidogrel e estatinas. De acordo com José Carlos Nicolau, ficou comprovado que pacientes das regiões Norte e Nordeste apresentam menor chance de serem tratados conforme o preconizado por diretrizes nacionais e internacionais. “Esses números ajudam a explicar, ao menos parcialmente, o aumento da mortalidade por doenças isquêmicas do coração na região Nordeste”, revela. Especificamente nos pacientes com infarto agudo com supradesnível de ST, onde às variáveis anteriormente citadas se acrescentou terapêuticas de reperfusão (fibrinolítico ou angioplastia primária), a região Sudeste apresentou desempenho significativamente melhor que o restante do país.

Apesar das diferenças regionais observadas, mesmo as regiões brasileiras com melhores desempenhos também preocupam os cardiologistas. Isso porque, a utilização das terapêuticas analisadas na pesquisa fica abaixo do relatado em estudos com pacientes oriundos de países de primeiro mundo, ou mesmo de países em desenvolvimento. O levantamento ACCESS, publicado em 2011, com mais de 12 mil pacientes da América Latina, África e Oriente Médio, revela percentuais (por ocasião da alta hospitalar) de 90%, 76%, 89% e 76%, respectivamente, para AAS, betabloqueador, estatina e clopidogrel. “Esses índices são bastante superiores aos encontrados em nosso meio. Mas pelo menos parte das diferenças entre os estudos poderiam ser explicadas pelas metodologias utilizadas, já que o ACCESS não refletia a total realidade dos países participantes”.

No Brasil, a Doença Arterial Coronariana (DAC) é responsável por aproximadamente 100 mil mortes por ano, cerca de 9% do total de óbitos, a grande maioria relacionada a infarto agudo do miocárdio, segundo o Datasus. 


Autor: Redação
Fonte: DOC Press Comunicação - SOCESP

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