.
 
 
Tumores cutâneos da face: um desafio cirúrgico
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


30/07/2013

Tumores cutâneos da face: um desafio cirúrgico

Objetivo é proporcionar a retirada completa do tumor, resguardando as funções das estruturas da face, com o menor dano estético possível

No Brasil, o câncer de pele é o tipo de tumor maligno com maior incidência, atingindo principalmente pessoas de pele clara, com exposição crônica ao sol e com idade superior a 40 anos.

No RS, conforme pesquisa do INCA, foram, em média, 7.800 casos por 100.000 habitantes no ano passado. Como muitos casos não chegam a ser notificados, conclui-se que esse número é muito superior.

A região da face mantém-se sob os efeitos dos raios solares durante o ano inteiro. Desta forma, é lugar comum para o surgimento do câncer de pele, sendo os mais comuns os carcinomas basocelulares e epidermóides. “É considerada região de risco por apresentar estruturas nervosas, vasculares, cartilaginosas e ósseas próximas da superfície cutânea, o que pode acarretar dano funcional por invasão tumoral, além do dano estético tão temido pelos pacientes”, comenta o Dr. Ronaldo Oliveira, coordenador do Núcleo de Cirurgia da Pele e Oncologia Cutânea do Hospital Mãe de Deus.

Uma vez diagnosticado o tumor, geralmente através de uma biópsia simples, o tratamento, indicando-se cirurgia, torna-se um desafio. “O objetivo é proporcionar a retirada completa do tumor, resguardando as funções das estruturas da face, com o menor dano estético possível”, salienta o Dr. Ronaldo.

Existem três possibilidades de tratamento cirúrgico, todas realizadas no Núcleo do HMD: cirurgia convencional ou tradicional, cirurgia com controle anatomopatológico pós-operatório e cirurgia com controle anatomopatológico trans-operatório.

Na primeira modalidade, uma área pré-estabelecida, chamada de margem de segurança ou margem oncológica, é retirada ao redor do tumor visível e realizado o fechamento do defeito cirúrgico. A cirurgia demora de 30 minutos a poucas horas( geralmente 1 a 2) e é realizada com anestesia local na maioria dos casos. O material retirado é encaminhado ao laboratório para exame. Neste, amostras de tecido, e não a totalidade, são preparadas e avaliadas. “Cerca de 2 a 5%, em média, do material é avaliado. Para traçar analogia, pensemos em um pão fatiado em que algumas fatias são escolhidas para exame”. De 3 a 7 dias temos um laudo que, demonstrando presença de tumor nos limites (o laudo só faz menção se é limite lateral e/ou profundo), faz com que uma nova cirurgia seja marcada, com a mesma metodologia.

É a cirurgia com menor eficácia das três oferecidas e a que apresenta maiores limitações para tratamento de tumores mais complexos. É mais utilizada para tumores fora da face.

Na segunda modalidade, o ato cirúrgico é o mesmo empregado no método convencional, com as mesmas margens de segurança, entretanto, o material retirado sofre um preparo diferente já no momento da cirurgia, em que é suturado (costurado) em uma superfície plana, com marcação e desenho dos pontos de referência superior, inferior, lateral, medial e profundo (quadrantes). No laboratório, o tecido é preparado com o auxílio do cirurgião e a quase totalidade das margens é avaliada (> 90 %). O laudo também é obtido de 3 a 7 dias. Tendo-se tumor presente, programa-se nova cirurgia, com a facilidade de se ter a localização do quadrante acometido para guiar o procedimento, ou seja, somente o local que ainda apresenta tumor é retirado.

É a cirurgia com excelente eficácia de retirada tumoral, muito superior em relação à convencional.

Na técnica com controle transoperatório, cirurgia e exame são realizados no mesmo dia, de maneira sequencial. Inicia-se com uma área de ressecção menor em relação às outras duas técnicas descritas e procede-se a avaliação anatomopatológica das margens em um laboratório dentro ou anexo ao bloco cirúrgico. Havendo tumor presente, marca-se o local exato em um desenho do local (mapa cirúrgico) e procede-se nova fase de ressecção desse determinado local no paciente, até que não haja mais tumor microscópico observado. É examinada a totalidade das margens (100%) e cada fase demora cerca de 1 a 2 horas, sendo que o tempo total de procedimento pode variar entre 3 e 12 horas ou até mais em alguns casos. Também é feita com anestesia local e o paciente aguarda (lendo ou assistindo TV) enquanto o exame é executado.

É o procedimento com as maiores taxas de cura e com menor possibilidade de dano funcional ou estético. Entretanto, necessita de equipe treinada e estrutura especial para ser realizada, além de ser a mais demorada e com maior custo.

Deve-se enfatizar para o paciente que o objetivo principal da cirurgia é a cura local e não o resultado estético, e que cirurgias reparadoras podem ser realizadas posteriormente para melhorar o resultado.

Independentemente do tipo de cirurgia realizada, o paciente é acompanhado por longo período de tempo, tanto para avaliação da evolução cicatricial, como para a observação de recidiva local ou surgimento de novos tumores. Sabe-se que quem retirou câncer de pele, têm uma grande chance de apresentar outro em um período de 5 anos, em qualquer topografia do corpo. 


Autor: Redação
Fonte: Moglia Comunicação Empresarial

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581