
Pesquisadores do Plant and Food Reasearsh, na Nova Zelândia, descobriram diferenças genéticas que podem explicar as variações na percepção de cheiros pelas pessoas.
Em dois estudos publicados recentemente cerca de 200 pessoas foram testadas para sua receptividade a dez compostos químicos normalmente encontrados em alimentos. Com base nestas informações, os pesquisadores realizaram a associação do genoma dos integrantes da pesquisa em busca de diferenças de DNA entre aqueles que podiam e não podiam sentir o cheiro de determinado composto.
Dos dez compostos, quatro sinalizaram uma ligação genética com a percepção das pessoas pesquisadas: isobutiraldeído (malte), ß-damascenona (maçã), 2-heptanone (queijo azul), ß-Ionone (rosas).
O estudo descobriu que as pessoas que têm um bom nariz para as rosas também são propensas a destacar o cheiro de comida e bebida. Estes indivíduos,portadores de genótipos de sensibilidade ß-Ionone, são mais capazes de distinguir entre cheiros de comida e bebida em geral.
Os pesquisadores observaram que as pessoas que são sensíveis ao odor de rosas normalmente descrevem o cheiro como perfumado ou floral, enquanto os menos sensíveis acham estes odores menos agradáveis, descrevendo-os como azedo ou picante.
Segundo Jeremey McRae, um dos cientistas envolvidos no estudo, "ficamos surpresos pelo número de odores com genes associados a eles, se isso se estender a outros odores, então poderemos afirmar que as pessoas têm geneticamente um conjunto de cheiros que incentivam sua percepção."
Estes cheiros são encontradas em alimentos e bebidas como tomates e maçãs. Isso pode significar que quando as pessoas se sentam para comer uma refeição, cada um experimenta esta refeição de maneira personalizada. "
A base para o estudo foi a localização de variantes genéticas perto de genes que codificam receptores olfativos. Esses receptores estão na superfície de células nervosas sensoriais de nosso nariz. Os pesquisadores descobriram que um genótipo específico, o rs6591536, influencia as associações que temos com a comida em um nível emocional. Isso poderia explicar as diferenças na alimentação e opções por determinados produtos.
Questões culturais
Quando os pesquisadores analisaram diferenças de sensibilidade olfativa em todo o mundo, no entanto, eles não encontraram um indicador de qualquer tipo de diferença regional. Desta forma, concluíram que escolhas em alimentos e bebidas em diferentes países são mais fortemente influenciadas pela questão cultural que por fatores genéticos.