Muitas famílias utilizam o andador como forma de ajudar as crianças a andar com um pouco mais de segurança, mas muitas não sabem que o utensílio é um dos produtos que mais causam acidentes nos pequenos. O objeto é tão perigoso que em países estrangeiros, como o Canadá, existe a proibição legal da posse e uso dos equipamentos. A contravenção da norma sujeita os responsáveis ao pagamento de multa e até a prisão.

No Brasil não existem leis sobre o tema, mas se depender da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), a comercialização do produto logo será proibida. Conforme o vice-presidente da sociedade, Marcelo Pavese Porto, os acidentes podem causar fraturas de crânio, de coluna cervical, lesões de faces, perfuração de olho e até levar a morte.

- Nenhum produto para criança gera mais acidentes que o andador. Além disso, a criança não fica ereta no andador, o que acaba levando a desvios de coluna, problemas de articulação no quadril e no pé. Mas a maioria destes casos serão percebidos somente quando a criança crescer - explica.

Uma solução dada pelo pediatra são os "chiqueirinhos". O cercado limita um espaço seguro para brincar além de oferecer pontos para a criança se apoiar e levantar para começar o processo de caminhar.

- Os pais pensam que no andador a criança fica segura e eles podem prestar menos atenção, mas o chiqueirinho ainda é a melhor opção por restringir o local e dar apoio para ela se desenvolver psicomotoramente - enfatiza.

De acordo com o vice-presidente da SPRS, o andador não ensina a criança a andar e que ainda atrapalha o aprendizado, pois ele faz pular etapas no desenvolvimento. Para evitar acidentes, preparar um local seguro sem pontas de móveis, tapetes soltos e tomadas abertas é o essencial para facilitar o crescimento saudável das crianças.

Sobre a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul foi fundada em 25 de junho de 1936 com o nome de Sociedade de Pediatria e Puericultura do Rio Grande do Sul pelo Prof. Raul Moreira e um grupo de médicos precursores da formação pediátrica no Estado. A entidade cresceu e se desenvolveu com o espírito de seus idealizadores, que, preocupados com os avanços da área médica e da própria especialidade, uniram esforços na construção de uma entidade que congregasse os colegas que a cada ano se multiplicavam no atendimento específico da população infantil. Atualmente conta com cerca de 1.750 sócios, e se constitui em orgulho para a classe médica brasileira e, em especial, para a família pediátrica.