Os usuários do Facebook têm até sexta-feira (29) para utilizar o aplicativo que auxilia a manifestar junto à família o desejo de ser doador de órgãos. A iniciativa integra uma campanha da Secretaria Estadual da Saúde (SES) para conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, que também é veiculada spots em emissoras de rádio, anúncio em jornais e inclui divulgação específica para a comunidade médica.
A partir do perfil da SES, os usuários podem marcar seus familiares em fotografias através de uma ferramenta especializada, onde a ideia principal é comunicar a intenção de doar órgãos. A coordenação da Central de Transplantes explica que o objetivo é incentivar as pessoas a discutirem o assunto com a família para tentar mudar o atual cenário em que as negativas familiares ainda são a principal causa da não efetivação de doações.
Neste ano, até setembro, o Rio Grande do Sul registrou 424 notificações de possíveis doadores. Desses, 336 foram considerados elegíveis, ou seja, em condições de virem a ser doadores, e 140 tiveram as doações efetivadas. Entre os 196 elegíveis que não chegaram a se efetivar como doares, em 132 casos (67%) isso ocorreu por recusa da família.
"A sua decisão pode salvar mais vidas do que você imagina, inclusive a sua". Esta é a mensagem principal da campanha, desenvolvida a partir do dado de que as pessoas têm seis vezes mais chances de precisar de um órgão do que de ser um doador.
O material reforça os vários papéis que as pessoas podem desempenhar ao longo da vida, que pode passar por ser um doador, mas também por ser a pessoa que precisou ou irá precisar de um órgão. Lembra que em algum momento, as pessoas poderão também ser parte da família que passará por uma entrevista de autorização de doação, ou, ainda, poderá ser a pessoa que salvará muitas vidas com seus órgãos, desde que sua família autorize doação.
Existem hoje, no Estado, cerca de 1,3 mil pessoas aguardando por um órgão. A maior demanda é por um rim (994 pessoas para rim isolado e 15 para rim e pâncreas). A fila teve este ano uma redução significativa, principalmente pelos resultados das córneas. Dos 1.275 transplantes realizados até setembro no Estado, 667 foram de córneas. Isso reduziu a fila, que em março de 2012 contava com 382 pacientes e hoje, com 22 pessoas.