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Porto Alegre deixou de investir R$ 4,9 milhões no Samu durante o ano passado
 
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29/11/2013

Porto Alegre deixou de investir R$ 4,9 milhões no Samu durante o ano passado

Tribunal de Contas da União (TCU) separou as 52 cidades com maiores sobras em saúde para auditoria, como amostra representativa

Um relatório de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) indica que Porto Alegre encerrou 2012 com R$ 4,9 milhões em conta, em recursos do Fundo Nacional de Saúde, para aplicação no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A sobra representa 143,7% da receita disponível para gastos no ano passado — R$ 3,4 milhões, segundo o Tribunal — e, em uma comparação hipotética, bancaria a compra de 39 ambulâncias. Atuam na Capital, hoje, 15 equipes móveis do Samu.

Além de Porto Alegre, outros 14 municípios gaúchos apresentaram "saldos financeiros relevantes" em recursos federais para a emergência móvel. Conforme o documento do TCU, esta situação implica "não realização de ações de saúde", "agravamento de situações de risco" e "oferta de serviços à população aquém da capacidade financeira disponível".

O secretário de Saúde da Capital, Carlos Henrique Casartelli, contesta:

— O relatório do TCU aponta, não faz análise. O auditor pede uma série de documentos, e simplesmente entregamos. Ele não sabe que em Porto Alegre quem paga a folha (de pagamento do Samu) é a Fazenda. Gastamos mais com o Samu que em qualquer outra cidade do Brasil.

Casartelli afirma que o dinheiro recebido do governo federal é inferior aos gastos — só a folha de pagamento do Samu, afirma, custa R$ 1,5 milhão por mês. O montante apontado como excedente, diz, vai parar em investimentos como a nova sede do serviço. E consta saldo porque, explica, a maioria dos recursos já foi investida, mas ainda não está paga. A analogia feita pelo secretário é a de um carro comprado por meio de parcelas. Não haveria dinheiro sobrando, portanto.

Mas o TCU, porém, não aceitou a argumentação da prefeitura. Segundo a Secretaria de Controle Externo do órgão, a Capital alegou que o saldo de 2012 se reduziria à metade caso fossem consideradas as despesas já realizadas e não quitadas. Em contato com ZH, a Secretaria de Controle Externo informou que "as justificativas não são suficientes para dizer que o saldo é regular".

A auditoria, entre junho e setembro, revela que Porto Alegre responde por 60% dos R$ 8 milhões em recursos federais detectados como disponíveis para o Samu, em 15 municípios. Em seis deles, a sobra de dinheiro de 2012 era superior ao montante disponível para investimentos no ano passado.

O TCU separou as 52 cidades com maiores sobras em saúde para a auditoria, como amostra representativa. Além do Samu, o relatório traz apontamentos em temas como Atenção Básica, Farmácia Básica e DST/Aids.

Sobras em outros municípios (valores em R$)

Total disponível entre os municípios avaliados, em 31/12/2012: R$ 8.072.540

A palavra dos municípios

— Das 15 prefeituras, quatro não enviaram justificativas.
— De modo geral, as prefeituras justificaram o saldo por despesas já executadas e não pagas, mudanças na gestão para assumir o projeto, recursos repassados no final do ano, restos a pagar e economia para a construção da sede do Samu.

O que diz a Famurs

— Segundo o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Valdir Andres, a verba repassada é "dinheiro carimbado" — com destinação, afirma. Ele diz que às vezes, porém, pode haver sobras.

As consequências

— Trecho do relatório do Tribunal de Contas da União "Não realização de ações de saúde vinculadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, resultando no agravamento das situações de risco à saúde. Oferta de serviços à população aquém da capacidade financeira disponível."


Autor: Carlos Guilherme Ferreira
Fonte: Zero Hora
Autor da Foto: Jean Schwarz / Agencia RBS

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