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Antes do bisturi, médico opta pela impressora 3D
 
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09/12/2013

Antes do bisturi, médico opta pela impressora 3D

Em média, uma intervenção por dia em 2012 usou técnica que permite ao profissional produzir prótese e implante personalizado

Planejar virtualmente os cortes e implantes de uma cirurgia complexa e definir todos os detalhes da operação com um molde do órgão humano produzido por uma impressora 3D. O relato parece futurístico, mas já faz parte da rotina de hospitais públicos brasileiros. Em seis anos, triplicou o número de cirurgias de reconstrução feitas no SUS com o auxílio da tecnologia tridimensional.

A técnica permite que o médico planeje a cirurgia e produza próteses e implantes personalizados, com base em um protótipo da área a ser operada. "O hospital nos manda o resultado da tomografia ou ressonância e, com o software InVesalius, conseguimos tornar tridimensional a imagem, que, em seguida, vai para a impressora e se transforma em um modelo idêntico ao que será operado", explica Jorge Vicente Lopes da Silva, chefe da divisão de tecnologias tridimensionais do Centro de Tecnologia da Informação Renato Ascher (CTI), órgão de pesquisa em Campinas vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ali ficam nove dessas impressoras.

Foi também no CTI que os pesquisadores desenvolveram o software, em 2001. Depois disso, o número de cirurgias só aumentou. Em 2007, 135 operações foram feitas no País com o auxílio da tecnologia. No ano passado, foram 480 (mais de uma por dia). "Por causa dos bons resultados, conseguimos apoio do Ministério da Saúde. Já foram repassados R$ 2,5 milhões nos últimos quatro anos e temos aprovado mais R$ 1,9 milhão para os próximos dois anos", diz Silva.

Como contrapartida, o CTI atende apenas hospitais públicos ou filantrópicos, sem cobrar nada. São 120 unidades ajudadas por ano, em média.

Referência em casos graves de traumas, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas é um dos principais usuários da tecnologia. "O planejamento prévio diminui o tempo de cirurgia e, consequentemente, os riscos para o paciente e os custos do procedimento", diz o engenheiro-chefe do laboratório de biomecânica do IOT, Tomaz Puga Leivas.

Reconstrução. Com o planejamento e a produção de implantes personalizados, os médicos também conseguem melhores resultados estéticos. Foi graças à tecnologia 3D que o auxiliar de armazenagem Pedro Victor Pereira dos Santos, de 24 anos, pôde ter a face reconstruída, após um acidente de moto sofrido em 2010. "Estava dirigindo sem capacete, perdi o controle e bati a cabeça em um tronco. Perdi metade do meu crânio", conta.

O acidente deixou Santos com afundamento na testa. Em 2012, passou por cirurgia no Hospital Sobrapar, de Campinas, unidade filantrópica especializada em crânio e face. "Minha cabeça estava deformada e eu estava deprimido. A cirurgia mudou tudo. Nem eu esperava que o resultado fosse ficar tão natural."

Vice-presidente do centro médico, o cirurgião plástico Cassio Eduardo Raposo do Amaral diz que o uso da tecnologia 3D foi indispensável no caso de Santos. "Ele perdeu metade da estrutura óssea do crânio. Com o auxílio da impressão 3D, fizemos um implante customizado. Hoje não dá para pensar em uma cirurgia dessas sem o uso da tecnologia."


Autor: Fabiana Cambricoli
Fonte: Estadão - Saúde
Autor da Foto: Evelson de Freitas

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