A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT - anunciou que após três dias de exame escrito, oral, de simulação de atendimento e da apresentação de um trabalho científico, 510 médicos de praticamente todos os Estados foram aprovados e passam a ser especialistas, com direito ao título de ortopedista da Associação Médica Brasileira.
Os exames foram realizados no Royal Palm Plaza, em Campinas, interior de São Paulo, e contaram com o apoio de soldados do Exército, que se ofereceram como voluntários para a simulação de atendimento. Cada candidato precisou fazer um exame físico condizente com a patologia indicada por um dos examinadores, que poderia ser um problema no joelho, no ombro, quadril, coluna, etc.
Considerada como tendo desenvolvido o exame de titulação mais completo do Brasil, a SBOT selecionou 522 examinadores e observadores para a prova, que coincidiu com a posse da nova diretoria da entidade, que passou a ser presidida pelo professor Arnaldo José Hernandez, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Hernandez, que foi eleito com uma chapa integrada por especialistas de vários Estados e de várias subespecialidades em que se divide a Ortopedia e Traumatologia. A nova Diretoria tem como proposta de gestão melhorar ainda mais a formação do ortopedista brasileiro, que já se compara aos melhores do mundo, fazer a defesa profissional do médico, seriamente atingida pelas políticas do Governo Federal, que não privilegiam a comprovação da capacidade do especialista e lutar por uma carreira definida e honorários adequados.
O novo presidente ressalta que é reivindicação dos ortopedistas também a melhoria da infraestrutura e de condições de atendimento, sem as quais a fila de pessoas aguardando uma cirurgia reparadora continuará se alongando.
Para o novo presidente da SBOT, o Brasil tem uma quantidade de ortopedistas suficientes para atender à população, quantidade essa à qual se acrescem os 510 novos titulados. "Mas a carência de hospitais, de salas cirúrgicas e principalmente de recursos para aquisição de próteses impedem que sejam feitas todas as cirurgias reparadoras que a sociedade demanda e que os especialistas tem condições de fazer", conta o presidente da SBOT.
Arnaldo Hernandez lembra que por trás de dados frios divulgados pela imprensa, como “fila de quatro anos de espera para uma prótese de quadril”, por exemplo, existem seres humanos, pais de família impossibilitados de trabalhar e de prover as necessidades dos seus, quando os ortopedistas têm condições de reabilitá-los, se o governo federal desse as condições mínimas para a realização dessas operações.