Uma das principais queixas femininas no período do ciclo menstrual são as cólicas. Normalmente, essas dores melhoram com medidas caseiras e a ingestão de alguns medicamentos. Porém, quando associadas a crises de diarreia e desconforto na região pélvica e até mesmo na relação sexual, são decorrentes da endometriose.

A doença, que atinge 10% das brasileiras na idade reprodutiva, é ocasionada por uma afecção inflamatória provocada pelas células do endométrio, a mucosa que reveste a cavidade uterina a cada mês durante o período fértil para abrigar o embrião. Quando a fecundação não ocorre, essas células são expelidas durante a menstruação.

— Algumas dessas células não são expelidas corretamente, pois mudam seu percurso e caem nos ovários, chegando à cavidade abdominal. Com isso, elas se grudam em órgãos como bexiga, ovário, intestino e vagina— descreve o ginecologista Joji Ueno.

Ao ficarem instaladas em outros órgãos, desencadeiam um processo inflamatório dentro do organismo. As partes do endométrio localizadas na área de fora do útero acabam acarretando em sangramentos irregulares, além de causar muita dor. Se as células migrarem e se alojarem nas trompas podem levar à diminuição da fertilidade. Isto significa que as chances de engravidar naturalmente são reduzidas, e não que a mulher se tornará infértil.

— Um dos tratamentos indicados para reverter o processo é a cirurgia laparoscópica, mas este é um procedimento que deve ser realizado mediante a gravidade da doença. Outro recurso é o uso de medicamentos que suspendem a menstruação como a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos, para impedir ou auxiliar a protelar a endometriose. O importante é que no aparecimento de dores intensas a mulher procure um especialista o quanto antes para tratar o problema— finaliza o médico.