Levantamento de dados divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) sobre a prevalência da doença no Brasil divulgou que cerca de 1 milhão de novos casos devem ser diagnosticados neste ano e no próximo. Por isso, o Inca reforça a importância da prevenção na detecção precoce da patologia como forma de diminuir sua incidência.

De acordo com o documento, o câncer de pulmão, que é diretamente relacionado ao tabagismo, é o tipo mais frequente e letal na população mundial. No entanto, no país as taxas de ocorrência vem se reduzindo.

— A experiência brasileira no controle do tabagismo mostra o decréscimo no consumo de fumo nos últimos 20 anos, que caiu pela metade— comemorou o diretor de Prevenção e Vigilância do instituto, Cláudio Noronha.

Com mais acesso a exames preventivos, as os índices de câncer de colo de útero também caíram no Brasil. A Região Norte tem a mais alta de taxa de prevalência no país, de 35 casos para 100 mil habitantes, na comparação com a média nacional, de 23,5 casos. A variedade da doença deixa de ser a segunda mais prevalente entre as mulheres e troca de posição com o câncer colorretal, antes no terceiro lugar. Ainda permanece como mais frequente o câncer de mama.

— No Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, têm grande importância as características das condições de saúde associadas à alta incidência da infecção, decorrentes da prática da atividade sexual precoce não protegida e da falta de acesso a informações— destaca Noronha.

Entre os homens, o câncer de próstata é o primeiro em número de casos, seguido do câncer de pele e do de estômago, principalmente no Nordeste. A doença, segundo o diretor, está ligada às condições de conservação precária de alimentos, além de infecções causadas por problemas de saneamento.

O especialista informa que 70% dos casos de câncer são decorrentes de maus hábitos, como o fumo, a falta de exercícios físicos, a alimentação e o excesso de bebidas alcoólicas.