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Paralisação dos transportes afetou saúde, educação e comércio
 
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11/02/2014

Paralisação dos transportes afetou saúde, educação e comércio

Em duas semanas sem ônibus, em mais de uma ocasião, até cinco postos tiveram de interromper atendimento num mesmo dia

Com o estoque mínimo, suficiente para apenas três dias, o Hemocentro do Rio Grande do Sul enfrenta o período habitualmente difícil das férias de verão com o agravante da greve dos rodoviários da Capital. Responsável por abastecer 52 instituições da Região Metropolitana e do Litoral Norte, o banco contabiliza uma redução de 50% no volume de sangue coletado. Sem transporte, os doadores escassearam.

O horário de atendimento foi reduzido em uma hora, na tentativa de facilitar o deslocamento de servidores e doadores. O setor de captação tem apelado a empresas para agendar grupos. Em alguns casos, a oferta de sangue é reduzida — se uma entidade conveniada solicita 10 bolsas, por exemplo, o Hemocentro negocia o envio de uma quantidade menor.

— Contamos com a sensibilidade da população. Estamos operando com o mínimo, mínimo, mínimo — frisa o diretor, Gerson Basso.

No Hospital de Clínicas, a contratação de vans e a carona solidária entre colegas amenizaram os desfalques. Do lado dos pacientes, dobrou a média de ausências nas 2,5 mil consultas diárias no ambulatório — antes da greve, girava em torno de 10% o número de faltosos. Desde o início da paralisação, registrou-se de 15% a 20% de não comparecimento.

As cerca de 150 unidades de saúde municipais também tentam driblar a falta de empregados e a sobrecarga de trabalho. Em duas semanas sem ônibus, em mais de uma ocasião, até cinco postos tiveram de interromper o atendimento num mesmo dia.

— Por mais que a gente remarque, são consultas perdidas. Isso vai sobrecarregar o sistema nos próximos dias — antecipa Fernando Ritter, coordenador do Instituto de Saúde da Família.

Com fortes dores no peito, Gilmar Kurowski, 41 anos, não pôde realizar, no dia 3, um eletrocardiograma aguardado havia três meses. Conseguiu dispensa do emprego e aguardou por duas horas em uma parada de ônibus, na esperança de que algum motorista desertor ou ilegal o conduzisse do bairro Agronomia até o Centro. Está à espera, agora, da remarcação do exame. Sem o resultado, o diagnóstico para o mal-estar continua sendo uma incógnita.

— Preciso saber o que é — angustia-se o porteiro.

Na educação, a greve prejudicou 4,5 mil crianças matriculadas na Educação Infantil. Por causa da paralisação dos rodoviários, as aulas foram suspensas nas 41 escolas da rede municipal de ensino. O impacto também foi sentido nas instituições particulares, e muitos pais precisaram levar filhos para o trabalho.

Prejuízo de R$ 110 milhões no comércio

Outro setor fortemente abalado pela paralisação dos rodoviários é o comércio. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), 50% dos clientes das lojas de rua e 30% dos compradores de shoppings não conseguiram chegar a seus destinos nos últimos 15 dias. O sumiço dos consumidores acarreta prejuízo de R$ 110 milhões.

Presidente da entidade, Gustavo Schifino explica que os empregadores conseguiram contornar as dificuldades de locomoção nos primeiros dias, compondo equipes com o mínimo necessário e reembolsando funcionários pelo gasto extra com lotação e táxi. Mas o público minguou, e demissões são cogitadas para amenizar as perdas.

— O varejo sofreu por duas frentes: diminuíram as vendas e aumentaram as despesas. A situação está insustentável — diz ele.

Em reunião hoje à tarde, a direção da CDL deve definir se o Liquida Porto Alegre, tradicional período de promoções do verão que se estende até o dia 16, será interrompido ou prorrogado por uma semana. O grupo também discutirá a viabilidade de ingressar com ações judiciais contra o governo do Estado por não ter acionado a Brigada Militar para garantir a segurança dos rodoviários que queriam retomar as atividades. Em meio a tantas adversidades, Schifino ressalta que alguns clientes têm se beneficiado:

— Aqueles que superam as dificuldades de mobilidade estão conseguindo barganhar descontos maiores do que os oferecidos no Liquida. Os lojistas estão em desespero porque têm contas para pagar.


Autor: Larissa Roso
Fonte: Zero Hora

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